Em uma entrevista exclusiva concedida ao Extra de Rondônia nesta segunda-feira, 06, o Comandante Regional de Policiamento III, tenente-coronel PM Diego Batista Carvalho, e o Delegado Regional da Polícia Civil, Fábio Campos, abordaram os recentes desdobramentos do conflito entre quadrilhas do crime organizado em Vilhena.
Segundo as autoridades, os últimos incidentes, que resultaram em vários homicídios, não representam uma ruptura da ordem na cidade.
Ambos enfatizaram que não há bairros ou setores sob controle da marginalidade, e que a polícia vem atuando de forma constante e incansável no enfrentamento da criminalidade.
Carvalho e Campos reconheceram a presença do crime organizado na cidade, destacando que conflitos pela disputa de território são recorrentes. “Mas é um exagero afirmar que existe uma ‘guerra’ em andamento. O termo é usado para aterrorizar a população, e acaba sendo difundido de forma indevida em redes sociais, quando, na verdade, o que temos são situações pontuais de conflito”, disse Carvalho.
No entanto, desde os eventos ocorridos entre dezembro e janeiro, as instituições de Segurança Pública uniram esforços e lançaram a Operação “Máximus”, com resultados expressivos, alguns deles apresentados à reportagem do Extra de Rondônia.
Essa operação resultou na prisão de doze indivíduos ligados às facções criminosas, sendo que um deles é responsável por cinco homicídios este ano. Graças à rápida atuação do Ministério Público e do Judiciário, muitos desses detentos foram transferidos para outras cidades, cortando seus vínculos com criminosos ainda em liberdade.
Os entrevistados ressaltaram que, embora o sistema prisional local impeça o uso de celulares, os detentos ainda têm meios de comunicação com o mundo exterior. Por isso, a transferência dos presos foi considerada vital para interromper esses laços, quebrando cadeias de comando e influências.
Carvalho assegurou que a recente onda de violência entre as facções criminosas não interfere na ação policial. Ele enfatizou o compromisso das autoridades em investigar os crimes com seriedade e empenho. “Pois independente de que mata ou morre, são vidas humanas que estão neste jogo, e não cabe à polícia fazer distinções”, reforçou Fábio Campos.
Os entrevistados reconheceram que o problema do crime organizado não será resolvido imediatamente, mas garantiram que a situação está sob controle e possível mantê-la em “níveis aceitáveis”. Destacaram ainda a importância de abordar as raízes do problema, como o tráfico de drogas e a busca pela recuperação de usuários, que no final das contas acabam sendo os financiadores deste comércio ilegal. Além disso, eles anunciaram uma nova fase da Operação “Máximus” nos próximos dias, com muita polícia nas ruas e diligências derivadas das investigações em andamento sendo efetivadas.
Por fim, Carvalho e Campos pediram o apoio contínuo da sociedade e reafirmaram o compromisso das autoridades em conter a violência e garantir a ordem pública em Vilhena. “E podemos garantir a todos os vilhenenses que a cidade está sob o comando das instituições legítimas, e que o crime organizado não irá prosperar e nosso Município”, finalizaram.