Alan Souza, representante da Federação que agrega partidos da Esquerda, caso do PT, PCdoB e PV, visitou a redação do Extra de Rondônia na manhã desta segunda-feira, 27.
Ele abre a rodada de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Vilhena, que será realizada durante toda a semana (leia mais AQUI).
>>> Confira a entrevista na íntegra:
EXTRA DE RONDÔNIA: Por que você quer ser prefeito de Vilhena?
ALAN SOUZA: Olha, não é uma construção de um sonho meu. Nasceu na base do PT, com os nossos filiados em Vilhena. Meu projeto era outro, virar candidato a vereador. Mas dentro da base do partido, entendi que era o momento de termos coragem, de criar um ambiente político de debate e de representar um grupo que busca visibilidade em Vilhena. Existimos e temos o direito de existir. Não vejo a política como um sonho, mas como um instrumento para melhorar a vida das pessoas. Assim, coloco-me nessa disputa ao Executivo Municipal com o objetivo de usar a prefeitura para melhorar a qualidade de vida e o acesso aos direitos básicos da população.
EXTRA: Qual é a sua avaliação do momento político/administrativo do Município?
ALAN: Vilhena passa por um momento bastante delicado. O poder executivo se vê como detentor da verdade absoluta, faltando diálogo e construção. Projetos importantes chegam à Câmara sem o devido debate, como o projeto antirracismo e um empréstimo de R$ 35 milhões sem clareza de utilização. A política deve ser gerida com diálogo e construção conjunta com a sociedade, sindicatos e legislativo, não apenas com uma visão própria.
EXTRA: Quais são suas metas para Saúde?
ALAN: Nossa saúde municipal sempre teve desgastes. A promessa de melhoria com a Chavantes não se concretizou, mesmo com a injeção de R$ 150 milhões. Durante crises como dengue e Covid, a resposta foi insuficiente, com filas de até cinco horas na UPA. Precisamos de novas maneiras de gerir a saúde, com projetos do partido, debates públicos e uma visão coletiva que inclua municípios vizinhos.
EXTRA: Quais são seus planos para Educação?
ALAN: Educação é primordial para a esquerda, sendo uma ferramenta de quebra de ciclos de pobreza. A educação pública, infelizmente, tem mantido desigualdades. Precisamos aproximar a educação municipal da Unir, de onde vêm a maioria dos professores. Construir uma educação libertadora vai além de construir prédios; envolve trazer conhecimento teórico para a prática e quebrar o ciclo de manutenção da pobreza.
EXTRA: Quais as metas para o setor de infraestrutura e obras?
ALAN: Vilhena tem crescido urbanamente, mas a infraestrutura em novos bairros está abandonada. Precisamos levantar as obras realizadas, verificar os recursos e seguir o plano diretor. Focaremos na infraestrutura dos bairros distantes, ouvindo moradores para melhorar regiões marginalizadas e combater a violência urbana, relacionada à falta de infraestrutura e educação.
EXTRA: O que pretende fazer para estimular a geração de empregos através dos setores de fomento à indústria e comércio, além do turismo?
ALAN: A pasta de indústria, comércio e turismo é praticamente abandonada. Precisamos reconhecer sua importância, colocando pessoas para trabalhar e buscar melhorias. O comércio local precisa de apoio, e a indústria necessita de trabalhadores qualificados. Em turismo, a demanda é pequena por falta de especialistas na área. Queremos fazer essa pasta funcionar, desenvolvendo o turismo e atraindo mais visitantes.
EXTRA: O que tem projetado para o setor de Assistência Social?
ALAN: Cerca de 5 mil famílias são atendidas pelos programas federais. Programas antigos, benéficos, foram abandonados. Precisamos identificar as necessidades e garantir que todas as famílias necessitadas estejam cadastradas. Com uma grande comunidade de venezuelanos marginalizados, é crucial resolver esses e outros problemas através da assistência social.
EXTRA: Qual é a sua mensagem ao funcionalismo municipal?
ALAN: Devemos entender e promover os direitos dos servidores, qualificando-os. Queremos evitar a perseguição política e valorizar os servidores como agentes de transformação, não apenas peões políticos. O sindicato deve estar sempre próximo para levantar necessidades e construir um plano de governo para os servidores.
EXTRA: Como está a articulação de apoios políticos e alianças partidárias em torno de seu projeto de tentar ser candidato?
ALAN: Estamos conversando com representantes da sociedade civil. Nossa construção de alianças será baseada no nosso plano de governo. Não faremos trocas de favores ou promessas que depois serão cobradas. Queremos construir com a sociedade civil e partidos que entendam a necessidade de olhar para a população. Partidos de aluguel não são nosso foco, mas sim as pessoas e organizações sociais.
EXTRA: Deixe a sua mensagem final para a população de Vilhena.
ALAN: Queremos marcar um espaço de diálogo, construção e escuta. Nossa pré-candidatura busca entender e atender as necessidades da população. Queremos que as pessoas conheçam o PT Vilhena, suas pessoas e seus feitos. Fomentar a cultura e vencer o medo do desconhecido é essencial. Queremos trazer esperança, melhoria de infraestrutura e empregos dignos. Nossa mensagem é de esperança e construção de uma Vilhena para todos, independentemente de posição política.