A deputada Ieda Chaves (União Brasil) fez uso da Tribuna na sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) nesta terça-feira (28), para fortalecer o “Maio Laranja”, mês dedicado à conscientização e combate à violência sexual de crianças e adolescentes no Brasil.
De acordo com ela, é preciso ir além de ações superficiais como vestir laranja e soltar balões, mas buscar medidas concretas para garantir o desenvolvimento seguro e protegido desse público vulnerável.
Segundo dados da campanha Maio Laranja, a cada hora, três crianças são abusadas no Brasil. Do total, 51% delas têm entre 1 e 5 anos de idade, e a maior parte dos crimes é cometida por familiares e conhecidos (70%). “A gente vê que esses números não baixam. Nossos índices continuam muito altos, e acho que isso é uma responsabilidade de cada um de nós. É muito triste os relatos que a gente tem. E a gente não pode só fechar o olho porque é triste”, comentou.
Em seguida, ela informou que, desde o ano passado, sua equipe de gabinete segue com ações de conscientização junto às escolas em Porto Velho, não apenas no mês de maio. Até o momento, 10 escolas já foram contempladas com palestras lúdicas para que as crianças consigam identificar onde termina o carinho e começa o abuso.
“A partir do momento que a gente sai desses ambientes, saem crianças e vão até a direção por se sentirem seguras e que elas podem falar ou coisas que elas até não sabiam que era proibido”, relatou Ieda Chaves. Os casos ainda são baixos, pois apenas 7,5% dos crimes são denunciados, de acordo com o balanço da campanha.
A parlamentar também fez um apelo à população para o enfrentamento dessa realidade. “Para que a gente possa um dia, se Deus quiser, que ela não exista mais, mas que pelo menos a gente possa diminuir [os crimes]”, disse ela ao reiterar o apoio dos órgãos de fiscalização e defesa, como o Conselho Tutelar, Poder Judiciário, Ministério Público, entre outros, na defesa da criança.
FEMINICÍDIO
Ao final, Ieda Chaves lembrou que deve haver ainda uma preocupação em relação ao feminicídio, ao lembrar do crime cruel ocorrido no último sábado (25), na capital. Um homem invadiu a casa da ex-esposa e atirou contra ela e um amigo do casal. Segundo relatos dos policiais que atenderam a ocorrência, o crime aconteceu na frente da filha da vítima com o suspeito, de quase dois anos de idade. A criança foi encontrada ao lado do corpo da mãe.
“Um ser humano deplorável tirou a vida simplesmente porque a mulher não queria mais estar com ele. Todo mundo tem o direito de não querer, porque alguém se acha dono de alguém. Essa luta não é só das mulheres, dos homens, de todas as pessoas de bem. Precisamos diminuir esses números alarmantes”, concluiu.