O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira, 25, em Brasília com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Fernando Haddad (Fazenda) para discutir o Plano Safra 2024/2025.
Inicialmente previsto para ser anunciado nesta semana, o plano teve sua divulgação adiada para a próxima quarta-feira, dia 3 de julho. Em apuração do repórter Marcelo Dias, do Canal Rural Brasília, a decisão foi tomada pelo próprio presidente com o objetivo de permitir uma apresentação mais robusta e detalhada dos valores a serem disponibilizados no ano-safra.
Contudo, a prorrogação foi observada como um desrespeito por entidades do agro. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), por exemplo, apontou desorganização e ineficiência do governo federal. Em nota, considerou que o atraso significa que os produtores rurais ficarão sem cobertura durante a primeira semana de vigência do novo plano, o que pode atrasar ainda mais a liberação de créditos essenciais para o setor.
Em linha com a posição da Frente, o economista-chefe da Federção da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirma que o adiamento demonstra que o governo federal não se atenta ao calendário agrícola do país e nem com as preocupações dos produtores rurais.
“Afinal de contas, esse Plano Safra devia ter sido anunciado na primeira quinzena de maio, que é o período correto de anunciar. Isso porque depois que o governo anuncia, é preciso publicar as portarias, que levam de duas a três semanas. Após isso, até chegar ao funcionário do banco que vai ‘rodar’ o custeio do produtor, o investimento, a comercialização, são mais dez, 15 dias mais ou menos. Então o Plano Safra demora cerca de um mês apenas para começar a acontecer, para ganhar ‘velocidade de cruzeiro’”.
Da Luz ressalta que essa é a primeira vez que o Plano Safra será anunciado após o início do ano-safra. “Os produtores têm que comprar insumos, produtos para plantar a safra 24/25, ou seja, esse atraso demonstra que o presidente e os seus ministros não estão nem um pouco preocupados com o calendário agrícola, com as necessidades dos produtores, mas sim em fazer política”, considera.