Os dados do Programa de Queimadas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que a Amazônia está literalmente pegando fogo. Somente no mês de agosto, o bioma registrou mais de 28 mil focos de calor.
As queimadas já causam consequências graves à saúde da população e, em alguns estados como Rondônia, se somam à seca severa dos rios, causando prejuízos até mesmo à economia. Num cenário caótico para o maior bioma do país, o vice-presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, Jaime Bagattoli (PL) tem cobrado mais atuação do Governo Federal e apoio aos estados da Amazônia.
“Nós que vivemos na Amazônia já estamos acostumados com os períodos de secas, que têm previsibilidade anual, mas o que está acontecendo este ano é algo atípico e tem contribuído para o aumento das queimadas. O cenário exige uma grande rede de apoio que não estamos vendo por parte do Governo Federal. É muito cômodo culpar o campo e não reconhecer que houve inércia e falta de planejamento”, afirma o senador.
DEFESA DO AGRONEGÓCIO
Jaime lamentou que o Governo Federal tenha deixado a situação chegar ao atual cenário de caos. O senador também tem buscado rebater a falsa ligação das queimadas com o agronegócio, alegação infundada que tem ganhado corpo nas redes sociais.
“É importante deixar claro que todo o setor produtivo repudia e combate os incêndios criminosos e não vamos permitir que acusações falsas sejam levantadas contra quem gera renda nesse país e que gasta para manter a preservação ambiental em suas propriedades. Outro ponto importante de se lembrar é que o produtor rural, que muitas vezes chegou a investir milhões de reais em sua propriedade, jamais usaria o manejo do fogo para qualquer coisa dentro do seu imóvel”, afirma o senador.
RONDÔNIA
Para o senador, há falta de uma política nacional sincronizada com os governos estaduais, as prefeituras e policiais militares ambientais no combate aos incêndios, sejam eles naturais ou criminosos.
No último mês, o Jaime sugeriu, ao Ministério das Cidades, a elaboração de um programa emergencial de enfrentamento da Crise Hídrica em Rondônia e reiterou o pedido à pasta este mês, mas sem nenhuma resposta até o momento.
Enquanto isso, o estado segue como um dos mais afetados pelas queimadas em todo o país. O rio Madeira, segundo principal hidrovia do Brasil, teve o pior julho em 60 anos e corre o risco de desabastecer a capital e o estado com combustíveis e gás de cozinha.