Depois de se consolidar em municípios da região do Rio Machado, Zona da Mata, Vale do Guaporé e Central de Rondônia como cultura sustentável e lucrativa, a produção de café avança no Cone Sul do estado.
O plantio é motivado pelos incentivos do governo de Rondônia e pela transformação que a cafeicultura tem feito na vida dos agricultores familiares, gerando mais renda para fortalecer a economia do estado.
Rondônia tem cafés premiados nacionalmente e selo de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), como referência em produção de café. A cultura tem avançado no estado, alcançando inclusive, o sul do estado, onde o café tinha uma produção mais tímida. Os dados apontam que a região do Cone Sul, já conhecida pela produção de grãos, especialmente soja, milho e algodão, agora está prosperando também, na cafeicultura.
MAIS PRODUTIVO
O impulsionamento da expansão da lavoura cafeeira no Cone Sul tem sido fortalecido pelo governo de Rondônia por meio do programa “Plante Mais”.
Conforme balanço realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), foram destinadas, de 2019 a 2024, 222.040 mudas de café clonal, gratuitamente, pelo governo do estado à região. As mudas, geneticamente modificadas, têm capacidade para até 120 sacas por hectares, um salto na produção.
A área de cultivo se fortaleceu no Cone Sul, comprovando o interesse dos produtores pela cafeicultura, chegando a 210 hectares em 2023, um incremento em relação a 2020, quando estava presente em 194 hectares. A colheita também tem prosperado, com a produção de 9.766 sacas de café em 2023. Já em 2020, era de 7.916.
MAIS PRESENTE
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, ressaltou que, o governo do estado tem ouvido os produtores e criado estratégias para uma cafeicultura mais forte, produtiva e mais competitiva. ‘‘O governo acredita que inovação, tecnologia e ciência podem ajudar o café de Rondônia a ser produzido com sustentabilidade e com excelência, por isso estamos distribuindo mudas clonais com alta produtividade. Isso significa também mais sustentabilidade, mais renda aos produtores, mais qualidade de vida às famílias e mais desenvolvimento para o estado’, destacou.’
MAIS SUSTENTÁVEL
O “Plante Mais” é um programa desenvolvido no âmbito da Seagri e executado junto aos produtores pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), onde agricultores rurais recebem mudas clonais de café, gratuitamente, e assistência técnica. O titular da Seagri, Luiz Paulo, explica que o café transformou-se em uma cultura muito vantajosa para agricultura familiar, pois com poucos hectares, é possível ter uma grande produção.
‘‘É um plantio realizado em harmonia com o meio ambiente, e valorizado pelo mercado consumidor, uma vez que, a saca do café produzido em Rondônia, conhecido como robustas amazônicos, tem rendido cada vez mais. O café do nosso estado é uma combinação perfeita de sustentabilidade e alta qualidade’’, aponta o secretário.
MAIS LUCRATIVO
O preço pago ao produtor por saca de 60 kg de café, medido em novembro, é em média R$ 1,2 mil, segundo a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO).
MAIS APOIO
para ajudar os produtores a transformarem as mudas clonais em colheitas lucrativas, o gerente regional da Emater-RO, no Cone Sul, Eliandro Marcio Perini, explica como funciona a assistência aos agricultores.
‘‘A Emater auxilia desde a coleta de solos, preparação e abertura do berço, adubação e condução das lavouras; e também na colheita, e esse é um dos grandes gargalos da produção; a lucratividade da lavoura está na qualidade da colheita, secagem e armazenamento’’, enfatiza o gerente.
Dessa forma, o engajamento do governo do estado, por meio da Emater-RO, é essencial para auxiliar na interpretação de análise do solo e recomendação da adubação. Além de tratos culturais e prevenção das lavouras com orientação de aplicação de fungicidas e inseticidas quando necessário, entre outras assistências que ajudam no sucesso das lavouras.
MAIS TRANSFORMAÇÃO
Flora Pimentel, agricultora de Vilhena, faz parte desta revolução do café altamente produtivo e sustentável no Cone Sul de Rondônia. Iniciou sua jornada no cultivo de café, plantando a espécie canelone, incentivada pelo seu sogro. Ela relata que essa variedade é mais difícil de manejar, pois tende a se espalhar muito. No entanto, em 2020, com incentivos do governo, decidiu migrar para o cultivo de café clonal. Atualmente, Flora cultiva três hectares com mais de 3 mil mudas de café clonal. Além do café, também produz leguminosas e verduras, em menor escala, na sua propriedade.
Segundo a agricultora, o café clonal é mais produtivo e fácil de manejar. “O café não dá tanto trabalho em comparação com outras hortaliças”, pontuou. Flora Pimentel foi premiada em 1° lugar no Concafé, outra ação do governo, que premia as melhores produções sustentáveis e de alta qualidade. Flora foi reconhecida como a melhor produtora da região do Cone Sul de Rondônia, na edição de 2023.
“O governo do estado tem olhado para o produtor rural, é um governo humano que escuta a população. O incentivo ao cultivo de café clonal tem o poder de transformar a economia da região’’, enfatiza Flora.
Outro que tem apostado na cafeicultura no Cone Sul, é Juraci Grigoleto, agricultor do município de Cabixi, que iniciou no plantio de café, ainda jovem, ao lado de seu pai. Ele destaca as vantagens do cultivo de café clonal, ressaltando que, o manejo e a área necessária para o plantio são menores em comparação com as mudas tradicionais. “Esse novo plantio do café clonal é bom e aproveita melhor o solo. Antes, eu plantava mil pés de café por hectare, mas com o café clonal, é possível plantar até quatro mil pés por hectare.”
Juraci Grigoleto iniciou sua produção com 800 mudas e, satisfeito com os resultados, aumentou para 1.600 mudas em sua terceira participação no Plante Mais. Com investimentos e projetos do governo, Juraci afirma que conseguiu realizar seus objetivos e segue fazendo o que mais gosta, plantar café. ‘‘O Cone Sul pode se destacar na produção de café clonal, já que há um esforço constante por parte dos produtores e dos órgãos responsáveis’’, considera.