O projeto “Requilombo: arte das ruas” ofereceu gratuitamente oficinas de discotecagem, rap, break ,dança de rua e grafite para jovens alunos de escolas dos municípios Vilhena, Cabixi e Pimenteiras do Oeste em Rondônia.
As oficinas tiveram inicio na quinta-feira, 1, na escola Inácio de Castro de Pimenteiras do Oeste, e contou com a participação e alunos do município de Cabixi. Na sexta-feira,2, foram realizadas as oficinas em Vilhena.
O aluno Madison dos Santos Medeiros, de 17 anos, morador de Pimenteiras do Oeste, disse que participar das oficinas foi um meio de ocupar a mente e conhecer novas práticas culturais. “Eu quis participar do projeto porque aqui não aprendemos somente a dançar, cantar e grafitar e conhecemos também como surgiu o movimento hip hop e como podemos nos expressar através das artes”, afirmou Madison.
O projeto “Requilombo: arte das ruas” foi realizado pela equipe de produção do Serpentário Produções, e foi comtemplado pelo Prêmio Cultura Hip Hop 2014 da Fundação Nacional de Artes – Funarte e do Ministério da Cultura.
Para Andréia Machado, coordenadora do grupo Serpentário Produções, a realização do projeto é importante para a região que é carente de ações de fomento ao Hip Hop. “O evento fortaleceu localmente a cultura Hip-Hop, além de ser um incentivo para os diversos grupos de rap, grafiteiros, e pessoas que curtem a dança de rua na região, pois todos esses elementos que formam o Hip Hop tiveram espaço no projeto”, explicou Andréia.
De acordo com Andréia, no Hip Hop o respeito ao próximo prevalece e no movimento não existe discriminação com outros movimentos. Ela ressalta a importância da promoção de eventos desse tipo, pois a através da cultura Hip Hop os jovens podem se expressar criativamente. “Por incentivar as pessoas a se expressarem em forma de música poética, inclusão social, literatura para se fazer a letra da música, além de a arte como pintura, o grafite o Hip Hop é uma excelente forma de educar os jovens sobre valores importantes da vida como a promoção da paz, do respeito e a solidariedade”, disse Andréia.
De acordo Andréia, as oficinas incentivaram a prática e valorização do Hip Hop para crianças adolescentes e jovens carentes que nem sempre tem a oportunidade de participar de atividades culturais, já que todas as oficinas foram oferecidas de forma gratuita.
“Queremos mostrar através das oficinas o poder transformador da arte, que primeiro, ela muda as pessoas por dentro, e depois muda a realidade em volta delas. É essa mudança que queremos provocar. Fazer esses garotos se sentirem valorizados dentro da própria comunidade”, ressaltou Andréia.
Além das aulas de arte, a oficina promoveu entre os alunos debates sobre a educação popular, procurando unir a prática artística com atividades pedagógicas.
Felipe Camargo, de 17 anos, morador de Vilhena disse que gostou de participar das atividades e pretende continuar a grafitar. “É uma boa oportunidade para conhecer coisas novas, e até pensar em seguir uma carreira artística, de repente”, revelou o jovem.
Para o jovem rapper de Vilhena , Vanderson de Jesus, de 18 anos, que ministrou as oficinas de discotecagem, rap participar do projeto foi uma forma de divulgar seu trabalho e incentivar outros jovens a compor e gostar de rap. “Foi muito boa às oficinas os alunos interagiram muito, dava para ver nos olhos deles que estavam gostando”, disse Vanderson que há dois escreve e canta rap.
Opinião compartilhada pelo professor de break ,dança de rua, Edney Zandrade que disse que os alunos demostraram interesse em todos os passos apresentados .
Já o professor de grafite Athur Carvalho ressaltou a importância dos alunos se expressarem através das artes. “Não importa a forma que eles estão se expressando, se é dança canto ou desenho o importante é passar uma mensagem positiva, isso é a beleza da cultura hip hop, agrega várias artes e não discrimina ninguém, pelo contrário tem o poder de unir as pessoas”, afirmou Athur.
Cerca de 1000 alunos foram capacitados nas oficinas. O Projeto ofereceu aos estudantes a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o movimento hip hop e suas diversas vertentes. Nas oficinas foram abordados aspectos históricos do estilo que influencia culturalmente milhões de pessoas em todo mundo.
Para a pedagoga Marilda Grégio as oficinas serviram para desmistificar a visão que se tem sobre o Hip Hop. “Ficou claro, através das manifestações culturais envolvidas, que a cultura musical contribui para a paz e desperta valores familiares, como o companheirismo e respeito à natureza”, ressaltou Marilda.
Durante as oficinas os alunos grafitaram o muro interno das escolas participantes do projeto com diversas mensagens e gravuras. Andreia destacou também o grande interesse da comunidade pelo evento.
Sobre o Hip hop
O Hip hop é um movimento cultural iniciado durante a década de 1970, nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Quatro pilares essenciais foram estabelecidos na cultura hip hop: o Rap, o DJing, a breakdance e o grafite. No Brasil, vários grupos representam a cultura, a exemplo de Zulu Nation Brasil, Casa Hip Hop, dentre outros.
Autor e foto: Assessoria