A repercussão do encontro entre prefeitos e secretários municipais de Saúde do Cone Sul com o secretário-adjunto de Estado da Saúde, Luís Eduardo Maiorquin, ocorrida no início da semana ganhou dimensão em virtude de suposta declaração do Chefe do Executivo vilhenense sobre repassar a administração do Regional para o governo de Rondônia.
De acordo com Adilson Bernardino, secretário de Saúde de Vilhena, não há nenhum projeto ou intenção do Município em tomar esta atitude. “Foi uma frase de momento proferida pelo prefeito Zé Rover que acabou sendo mal interpretada”, declarou.
Bernardino disse que a propositura é absurda neste momento, “pois o Estado sequer teria previsão orçamentária para tocar a unidade no próximo ano”.
Ele argumenta que o assunto veio à baila em virtude do “momento difícil que estamos atravessando, com queda dos repasses do Estado e da União e outros problemas que são de conhecimento público”.
No entanto, Bernardino afirmou que o governo rondoniense e os Municípios do Cone Sul atenderam aos pedidos de apoio de Vilhena, e estão mobilizados para cooperar. “Inclusive, o prefeito de Colorado do Oeste, Josemar Beatto, tem sido um dos parceiros mais aguerridos nesta questão, intervindo inclusive junto aos senadores de Rondônia em busca de auxílio”, avaliou.
“Houve problemas de gestão, mas agora é uma nova história, e estamos atravessando uma fase de adequação. O problema da saúde pública é nacional, e entre os Municípios de Rondônia a realidade não é diferente da nossa. A questão é que pelo fato de Vilhena ser polo regional o problema acaba tendo outra dimensão, mas estamos trabalhando duro para que as coisas retornem a normalidade”, declarou o secretário. Prosseguindo, Bernardino assumiu que o final de ano será difícil até mesmo para cumprir os compromissos com o funcionalismo, “mas trabalhamos dia e noite para vencermos o desafio”, completou.
Já os fornecedores terão que ter paciência. “Só poderemos retomar os pagamentos no próximo ano”, explicou. Sobre a saída de quatro médicos do quadro do Município, o secretário declarou que a demissão aconteceu por iniciativa dos próprios profissionais. “Mas já houve a contratação de dois médicos nesta quarta-feira”, acrescentou.
Por outro lado, a boa notícia é que os programas mais avançados, como a aplicação dos cursos de residência médica e o projeto de utilização do Regional para o curso de Medicina a ser implantado na cidade não estão prejudicados em função da crise, de acordo com Adilson.
A aposta na recuperação do sistema de saúde do Município tem endosso do próprio secretário-adjunto do Estado, Luís Eduardo Maiorquin. Em declaração dada na terça-feira, 08, após mais um encontro com profissionais do setor e autoridades ele afirmou que o desempenho regional da saúde vilhenense foi ao longo de mais de seis anos a melhor de Rondônia, superando inclusive a região de Ariquemes, município que é base política do governador Confúcio Moura.
Maiorquin assegurou que o Estado dará todo apoio necessário para o enfrentamento dos problemas até mesmo em virtude da importância de um sistema fortalecido no Cone Sul para não sobrecarregar outras regionais.
Fonte: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia