A menor P.S.O., de 13 anos, esteve na redação do Extra de Rondônia, no início da tarde desta terça-feira, 11, pedindo ajuda para conseguir montar o enxoval de sua filha, que está no oitavo mês de gestação. O pai da criança? Seu próprio tio, irmão de seu pai.
P.S.O. conta que estava morando no município de Comodoro (MT) junto com pai, a avó paterna e um irmão mais novo. O tio voltou dos Estados Unidos e se alojou também na casa da matriarca da família. “Quando eu fiz nove anos, ele começava a piscar pra mim, mandava cartas, e beijos. Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo, e acabei ficando calada”, relembra a menina.
A menor disse, ainda, que quando começou a entender o caso acabou ficando com raiva e queimou as cartas, pois ao informar a avó ela fez pouco caso da história, e ainda recomendou que a menina não contasse ao pai, para evitar um confronto entre irmãos.
“Ele fazia isso comigo e uma amiga da mesma idade; Ela contou à mãe, que ameaçou chamar a polícia. Foi aí que ele parou com ela e só ficou me perturbando”, contou. P.S.O. explicou que as “cantadas” do tio cessaram por um tempo quando ele se casou e foi morar com a esposa. “Mas ele descobriu que a mulher tinha outro homem, foi quando se separou e veio morar com a agente de novo”, acrescenta.
A menina, agora então com 13 anos, explica que as investidas do tio começaram a ser mais diretas após sua separação. “Eu sempre me negava, saia correndo. Foi quando disse que se eu não ficasse com ele, contaria para todo mundo que era eu que lhe mandava cartas de amor, e que poderia se suicidar se não lhe aceitasse”, conta. A avó, mais uma vez, foi informada sobre o assunto, e então pediu para que a menina cedesse às pressões, e ficasse calada.
Ela contou, ainda, que estava passando mal e que o tio combinou uma viagem à Bolívia para que pudesse fazer alguns exames. “Ele me disse que minha prima iria junto. Mas na hora de embarcar me contou que iríamos apenas nós dois. Eu me neguei, mas acabei indo com ele. Lá o médico me informou que eu estava grávida. Levei até um susto”, disse a menor.
A prima que iria com ela trabalha na escola onde P.S.O. estudava. “Na escola minha prima perguntou o que eu tinha, e eu não quis falar. Depois de me perguntar várias vezes, acabei procurando a diretora, e expliquei toda a situação. Ela me encaminhou diretamente ao Conselho Tutelar”, detalhou. Os familiares da menina disseram a seu pai que ela havia engravidado de um colega de escola, porém não lhe deram mais informações sobre o assunto.
Por fim, a equipe do Conselho Tutelar do Mato-Grosso recomendou que a menor viesse a Vilhena onde mora a mãe, que tem problemas psicológicos. “Meu pai não sabia de nada. Quando meu irmão veio pra cá e descobriu de quem era o filho voltou pra casa e contou toda a verdade. Meu pai ficou irado, e quer matar meu tio”, disse.
A vizinha da menina, Nilda Maria Batista, descobriu toda a história e decidiu procurar o Extra de Rondônia para pedir ajuda. O que a menor precisa, na verdade, é de roupas e objetos para atender as necessidades iniciais da criança. “Não consegui matricular ela em nenhum curso oferecido pelo município. Por isso estamos pedindo”, explica a vizinha.
Para os interessados em fazer doações, basta entrar em contato pelos telefones (69) 8462-4491 ou 8468-1519. O Extra de Rondônia não vai dar detalhes da menina para evitar maiores constrangimentos à menor. Por este motivo o nome do tio também fora preservado, com o intuito de não expor a menina.
Fonte: Extra de Rondônia
Texto: Da Redação
Foto: Rômulo Azevedo