O prefeito Zé Rover esteve na manhã desta terça-feira na sede do Extra de Rondônia ocasião em que concedeu sua primeira entrevista ampla desde a metade do ano passado, quando foi desencadeada devassa policial investigando atos de sua gestão.
O Chefe do Executivo vilhenense não se furtou a responder as perguntas da reportagem, que abordou vários assuntos. Rover fez um balanço acerca do ocorrido em 2.015, definido por ele como um “ano diferente”.
O prefeito declarou que “apesar de tudo que aconteceu fechamos bem o ano, mesmo que de forma diferente de anos anteriores”. Ele declarou que, de um modo geral, a crise administrativa “não parou a administração”, mesmo tendo sido somada aos problemas econômicos que atingem o país, “tendo reflexos em Vilhena, caso da queda nos valores de repasses de verbas”.
Sobre a situação da saúde, Rover disse que o setor já vinha com déficit há cerca de dois anos, “e infelizmente a coisa acabou estourando agora”. No entanto, ele declarou que ações para corrigir deficiências estão sendo tomadas. “Estou otimista”, disse.
Em seguida, o prefeito destacou que em termos de obras e investimentos a Município foi bem no ano passado, e o ritmo será mantido ainda este ano.
Ele garante que vai concluir as obras de macrodrenagem da área urbana, além de 40 quilômetros de pavimentação, além de escolas e da Unidade de Pronto Atendimento na região da Nova Vilhena. “Os investimentos não vão estancar, e apesar de atrasos do governo federal em alguns empreendimentos estamos trabalhando para a regularização dos pagamentos”. Zé Rover também pretende deixar iniciada a obra de saneamento básico da cidade, multivias e iluminação de BRs.
Sobre a máquina administrativa declarou que os ajustes realizados nos últimos meses, que incluíram agregação de pastas e cortes de servidores comissionados estabilizaram o staff. “Estou convicto que devo encerrar o mandato sem promover mais alterações no comando dos setores da administração”. O prefeito disse que não haverá mais cortes de cargos. “Estamos trabalhando no limite”.
A respeito do pagamento a fornecedores Rover disse que em fevereiro conseguirá colocar a maioria dos débitos em dia. Ele agradeceu a paciência e confiança de credores, e quer retomar os negócios com o comércio local. “Houve certa apreensão da parte de alguns empresários, mas garanto que as transações entre a iniciativa privada e o poder público serão pautados na ética e na honestidade”, reiterou.
Falando de política ele declarou que via manter alguma distância da corrida pela sucessão municipal, da mesma forma que sua esposa Lizangela. “Neste momento creio ser o mais certo a fazer”. Ele emendou declarando que vai entregar ao sucessor uma cidade bem diferente daquela que recebeu há sete anos atrás, “com as grandes demandas de infraestrutura resolvidas”.
Rover admitiu que os fatos ocorridos no ano passado atingiram sua imagem, e por isso ainda não sabe se vai retomar a carreira política no futuro. “Também preciso aguardar os desdobramentos dos processos, pois por enquanto não há nada contra mim, mas não dá para adivinhar o futuro”, avalia.
Finalizando, o prefeito vilhenense diz que não guarda mágoas de ninguém, apesar de não ter conversado mais com tanta regularidade com o vice-prefeito Jacier Dias, um dos pivôs das denúncias que atingiram sua gestão.
Ele admite que errou muito na relação com o companheiro de chapa, “a quem deveria ter dado mais espaço na administração”. Quanto ao Parlamento, que instaurou CPI contra ele na qual foi absolvido, também não há ressentimentos. “Os vereadores cumpriram seu papel, e independente da forma como votaram no procedimento o trato cortês e colaborativo com a Câmara será mantido”, encerrou.
Fonte: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia