O Extra de Rondônia teve acesso ao depoimento prestado pelo funcionário de inicial “M”., no último dia 05, na Delegacia de Polícia Civil, ação que desencadeou as diligências realizadas nesta sexta-feira, 19, no SAAE.
Em suas declarações, o funcionário de carreira revela a existência de esquemas de fraude na aquisição de combustíveis, manutenção de veículos, locação de máquinas e contratação de empresas.
Ele declarou que após a Operação Stigma, realizada pela Polícia Federal no ano passado contra a administração vilhenense, houve destruição de documentos no SAAE cujo volume ocupou completamente a carroceria de uma caminhonete Toyota.
O funcionário afirmou que responsáveis pelo setor de abastecimento de viaturas do SAAE, entre eles um de prenome “S” – aparentemente implicado em várias ações suspeitas – faziam falcatrua com requisições de compra de combustíveis obrigando servidores a assinar duas vezes o mesmo pedido, alegando erro.
Este suposto esquema teria ocorrido entre 2.012 e 2015, e vários postos tinham contrato com o órgão. Num deles não havia transações através de requisição.
“M” também relatou que o SAAE comprou em determinada época 300 sacos de cimento que nunca foram vistos na sede da autarquia, e que não sabe com certeza quem é o fornecedor, mas que o mesmo “S” tentou obrigar um pedreiro a assinar a requisição da compra sem sucesso.
Prosseguindo, nos documentos obtidos pelo Extra de Rondônia, o depoente alega que o SAAE tem um contrato de locação de máquina com o advogado muito suspeito, e também relata que há uma relação comercial com uma empresa de materiais de limpeza que seria de propriedade de um vereador, mas documentada em nome de “laranja”.
Na conversa com o delegado de polícia, o depoente cita outro nome de empresa já conhecido por envolvimento em fraude com o Poder Público.
Em outra situação, outra empresa teria fornecido nota fiscal de serviços executados numa CG Fan na qual havia tantos apontamentos que o denunciante disse que com tanta coisa daria para montar uma motocicleta nova.
No relato, ele ainda comenta outras ações ilegais, como uso de veículos e máquinas do SAAE para serviços particulares, inclusive numa propriedade rural que fica além da divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
“M” também contou que pode ter havido uma negociação suspeita com uma Construtora. Depois disso ele teria sido ameaçado, o que o levou a procurar o Ministério Público onde fez denúncia de tudo o que relatou agora a Polícia Civil. Por enquanto são apenas acusações. Nomes serão omitidos até os envolvidos serem ouvidos pelas autoridades locais e decisão judicial.
Fonte: Extra de Rondônia
Fotos: Extra de Rondônia