O vereador Michael Assumpção Barroso (PSDB) protocolou junto ao Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) uma denúncia contra o poder executivo do município de Cabixi. O recebimento da denúncia foi confirmado pelo órgão nesta segunda-feira, 14, através de uma decisão monocrática redigida pelo conselheiro Francisco Carvalho da Silva.
O parlamentar relatou que a prefeitura, atualmente comandada por Izael Dias (PTB) comprou, em 2014, 60 metros cúbicos de madeira de uma empresa cujo município sede é a capital, Porto Velho. O produto custou, segundo a denúncia, mais de R$ 91,5 mil aos cofres públicos. Ainda segundo denúncia encaminhada pelo vereador, nenhum servidor da secretaria de obras confirma ter acompanhado o descarregamento da madeira.
Barroso relatou que toda a madeira adquirida pelo município fora dividida em três cargas, e nenhum servidor confirma ter visto o produto, recebido pelo chefe de patrimônio e pela comissão de recebimento nomeada.
O vereador fez outro questionamento acerca da transação. Ele chama atenção ao preço pago pelo produto. Barroso relata que a única carga de madeira que chegou ao município foi entregue por outra empresa, esta de Colorado do Oeste, através de outro processo de compra, este consolidado no ano de 2015. O vereador fez um cruzamento de dados e garantiu que as madeira adquiridas pela prefeitura em Porto Velho custaram 49% a mais aos cofres do município.
Michael Barroso disse que o preço da carga comprada da capital está muito alto, mesmo levando em consideração o frete dos quase mil quilômetros percorridos pelos caminhões para descarregar o material.
EM FAMÍLIA
O vereador, que é filho do ex-prefeito José Rosário Barroso, o Bau, também chamou a atenção do Tribunal de Contas, a uma compra feita pela prefeitura de Cabixi no ano de 2014. Barroso relata que o município de Cabixi fez uma compra de madeiras em uma empresa que pertence a um parente do prefeito Izael, e que o valor da transação foi superior àquela feita em Porto Velho. O parlamentar disse que o a qualidade e o tipo das madeiras eram os mesmos da compra realizada na capital, entretanto não fala da quantidade, apenas o valor pago pelo metro cúbico: R$ 1,6 mil enquanto a empresa de Porto Velho cobrou pouco mais de R$ 1,5 mil por metro cúbico com frente incluído no valor.
TRÂMITE
O relator do TCE que analisou o caso fez algumas ponderações quanto ao posicionamento do vereador. Ele explicou que a representação feita por Barroso pode ser arquiva por questões técnicas. Isso porque o material foi encaminhado à corte de contas documentação que identifique e comprove que o conteúdo foi mesmo enviado pelo vereador.
O TCE ainda tentou dar continuidade à representação, porém a assessoria do relator fez uma pesquisa ao site da Câmara de Vereadores a fim de encontrar elementos que possibilitassem de alguma forma comprovar que Barroso é mesmo vereador no município, porém não há nada que facilitasse a pesquisa. Michael tem dez dias para apresentar documentação necessária ao TCE.
Autor: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação