O ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, disse em sua delação premiada, que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) indicava as empresas de tecnologia da informação contratadas pela BR Distribuidora, subsidiária da estatal.
Segundo Cerveró, o senador recorreu ao então ministro de Minas e Energia Edison Lobão para evitar a demissão do seu afilhado Nelson Cardoso.
Em seu depoimento o ex-diretor disse “que sabe que Nelson recebia propina dos contratos de TI” e acertava com uma pessoa chamada “Itamar” a parte que caberia a Raupp. O esquema teria durado entre 2008 e 2014.
Segundo Cerveró, em 2012, o então presidente BR Distribuidora José Lima de Andrade Neto teria demonstrado interesse em substituir Cardoso, mas foi “forçado a mantê-lo por determinação” de Lobão, que estava sendo pressionado por Raupp.
Ao Estado, Raupp afirmou nunca ter feito nenhuma indicação para essa área e disse que as declarações de Cerveró sobre ele são frágeis. A reportagem não conseguiu contato com Cardoso.
A delação premiada do ex-diretor foi tornada pública nesta quarta-feira, 2, após decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O acordo foi fechado em novembro do ano passado, depois de o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) ter sido flagrado tentando comprar o silêncio de Cerveró, com a ajuda do banqueiro André Esteves.
O ex-diretor da área internacional da Petrobrás foi condenado a cinco anos de prisão e está preso desde janeiro de 2015. (Isadora Peron, Gustavo Aguiar, Fausto Macedo, Mateus Coutinho e Julia Affonso). Leia a matéria completa aqui.
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Texto: Estadão.com.br
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