Saídas irregulares de dentro do presídio, agentes penitenciários ganhando carros de presos e fazendo churrascos no pátio da prisão, participação em quadrilhas especializadas em roubo e tráfico de drogas.

Esses são alguns dos crimes que a Operação ‘Meganha’, da Polícia Civil de Porto Velho, investigou durante vários meses em Rondônia e terminou com 11 agentes presos suspeitos de integrarem a quadrilha, nesta quinta-feira (09).

Ao todo, foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, mais de 30 pedidos de mandados de prisão preventiva e a solicitação de seis afastamentos dos cargos públicos.

Conforme a Polícia Civil, os agentes públicos devem responder pela facilitação de entrada de aparelho celular em presídio, organização criminosa, corrupção passiva, prevaricação imprópria, entre outros. Participaram da operação 200 policiais civis e 20 delegados, divididos em 50 equipes. A ação também contou com o apoio da Polícia Militar.

Com a investigação, vários crimes foram aparecendo contra os suspeitos. “Chegou ao ponto de um apenado dirigir o carro do agente, pagar o almoço dele, e até buscar o filho do agente na escola juntos. Fora os churrascos dentro da unidade. Era um vínculo mesmo estabelecido, dando a entender o laço de confiança e aproximação do agente público com o preso”, conta a delegada.

O foco principal da investigação da Draco foi a Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, tanto de funcionários que trabalham ou que já passaram pela unidade. “Nesse período [de investigação], nós identificamos agentes penitenciários que tem vínculo com uma organização criminosa de roubo e tráfico. Sendo assim, cumprimos os mandados de prisão e 11 agentes foram presos”, relata Ingrid.

De acordo com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), se soube de pelo menos um agente penitenciário que recebeu um veículo de um apenado como pagamento por um serviço prestado ou benefício adquirido.

“No decorrer da investigação não conseguimos identificar qual serviço esse agente prestou ao preso, mas conseguimos levantar outras irregularidades desse e de outros agentes, como tráfico de drogas e benefícios que os presos recebiam dos agentes, como drogas, armas, telefones celulares, e principalmente saídas e transferências de unidades prisionais. Houve facilitação de fugas também”, explicou a delegada da Draco, Ingrid Brandão.

Atuação da quadrilha

Conforme a delegada, a organização criminosa dos presos, com a participação dos agentes, atua com furto, roubo e receptação de automóveis e motocicletas. “Eles trocavam os produtos por drogas na Bolívia. Depois de reconhecermos o modo de atuação, conseguimos impedir várias ações e realizar diversos flagrantes, nos quais recuperamos 27 motos, quatro carros, armas roubadas, recaptura de foragidos, entre outros”, explicou.

Segundo o Diretor da Polícia Civil de Rondônia, Elizeu Muller, a maior parte dos servidores presos já cumprem medidas disciplinares. “Esses servidores já respondem processo administrativo disciplinar, movido pela corregedoria da Secretaria de Justiça (Sejus).  Alguns deles já com decisões exonerações ativadas”, disse Muller.

Matéria: G1/RO

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