Os detentos do pavilhão B do presídio de segurança máxima Cone Sul, localizado a cerca de 15 quilômetros de Vilhena, sentido Cuiabá, elaboraram, juntamente com familiares, um abaixo assinado, onde alegaram a má distribuição de apenados nas celas, por parte da diretoria.
No documento os detentos alegam que celas projetadas para suportar oito pessoas, contam no momento com 14, enquanto outras não chegam nem ao limite permitido. Os apenados, que solicitaram uma reorganização, alegaram também, que a superlotação tem causado o atraso da entrada das visitas, devida o grande número de visitantes no pavilhão.
Procurado pela reportagem do Extra de Rondônia, Nilton Gomes, atual diretor do presídio, negou que a unidade esteja superlotada e afirmou que o fato de celas conterem mais detentos que outras, se dá única e exclusivamente porque os próprios apenados se negam a permanecerem juntos com integrantes de facções criminosas diferentes das quais pertencem, através de expulsão e até mesmo agressão.
Nilton afirmou também, que para evitar motins e até mesmo casos de homicídio na unidade, a distribuição desigual acaba se tornando a única forma de manter a segurança dos próprios presos.
“A unidade possui vagas para cerca de 256 detentos e hoje contamos com aproximadamente 340, o que levaria a cerca de 10 detentos por cada cela projetada para 8, que segundo a lei, não se configura superlotação, já que podemos trabalhar com uma margem percentual ainda maior do que a que está ocorrendo no presídio Cone Sul. No entanto, se está havendo distribuição desigual de apenados por celas, é de vontade dos próprios detentos, que se negam a permanecerem nas que foram lotados”, afirmou o Secretário de Justiça Marcos Rocha, que também falou sobre o assunto.
Nilton afirmou que documentações em caráter de urgência foram elaborados pela diretoria da unidade prisional e encaminhadas ao ministério público, para que providências sejam tomadas a fim de inibir esse tipo de prática por parte dos detentos, para que não haja violência contra integrantes de facções rivais e nem amotinação de integrantes das mesmas.
Já sobre o abaixo assinado, Nilton concluiu, que este tipo de documento não possui respaldo legal por serem elaborados de forma irregular, pois as reclamações por partes dos detentos devem ser levadas através de diálogo com a diretoria ou através de documentos elaborados por seus respectivos advogados.
Texto: Redação
Fotos: Extra de Rondônia