Na tarde da última sexta-feira, 03 o diretor geral do Hospital Municipal de Colorado, Ivanir Alves da Silva e o diretor clínico da unidade, Weverton Júlio Machado, registraram um boletim de ocorrência em desfavor do médico Legista Kedson Abreu Souza e da técnica em necropsia, Ana Paula Gatti Extekoetter, lotados em Vilhena, afirmando que foram ameaçados de receberem voz de prisão, devido terem se negado a emitir o atestado de óbito do jovem Fagner Bento de Menezes, vítima de acidente de trânsito na madrugada de quinta-feira, 02, em Cabixi.
Em entrevista a reportagem do Extra de Rondônia, Ivanir alegou, que além do corpo da vítima em nenhum momento ter dado entrada na unidade, sendo transladado diretamente por uma funerária local de Cabixi para Colorado, todas as denúncias feitas por Kedson são inverídicas, pois jamais os médicos plantonistas do hospital se recusaram e emitir as certidões de óbito dos pacientes que vieram a falecer nas dependências do hospital ou que mesmo após a morte, deram entrada no mesmo.
Segundo Ivanir, o que de fato não foi realizado, não por resistência e sim por ser um ato ilegal, foi a liberação de um profissional para se deslocar até a funerária onde se encontrava o corpo de Fagner, para a elaboração do documento, pois de forma alguma, os médicos podem se ausentar de seus plantões para realizarem tal ato que é de total incumbência dos referidos legistas.
“E se o médico sair do hospital para emitir atestado de óbito para um paciente que nunca deu entrada na unidade e morre alguém de infarto aqui? Isso é inadmissível. Não posso permitir que os pacientes do hospital fiquem esperando por atendimento na fila da emergência para os médicos realizarem o trabalho dos legistas que são pagos para isso”, esclareceu Ivanir.
Com relação ao documento apresentado por Kedson, onde reza que os médicos plantonistas devem elaborar os atestados em caso de não haver no município a figura do médico legista oficial, Ivanir afirmou, que além do mesmo se tratar apenas de uma apostila para estudos, sem assinatura de uma autoridade que se responsabilize pela ação de deslocamento do profissional e pelos fatos que vierem a ocorrer na unidade durante sua ausência, nenhum documento tem valor legal.
Ivanir, que assumiu a diretoria do hospital no mês de maio do ano corrente, afirmou que Kedson não foi tratado com hostilidade e que já chegou ao órgão público, se referindo ao ambiente pejorativamente e com tom de voz alterado. Ainda segundo o diretor, o legista se referiu ao médico Weverton, de forma grosseira, o chamando de preguiçoso e afirmando que deveria dar voz de prisão a ambos por negligência e desacato.
Kedson teria também, aberto a porta da sala da diretoria e mandado que Ivanir se retirasse da mesma para falar ao telefone no corredor, em dado momento em que o mesmo realizou uma ligação para o delegado do município a fim de relatar os fatos e solicitou que o legista diminuísse o tom de voz para que ele pudesse ouvir.
Para concluir, Ivanir relatou ainda que o policial civil usou a seguinte frase ao se retirar da unidade: “Povo ignorante, vai sobrar para todo mundo da equipe”.
Texto e foto: Extra de Rondônia