Uma apenada do presídio feminino de Vilhena (RO), na região do Cone Sul do estado, decidiu investir na produção de poesias enquanto cumpre pena por tráfico de drogas. Em entrevista ao G1, a mulher contou que durante as aulas na cadeia se “apaixonou” pela literatura e agora sonha concluir o ensino médio para fazer uma graduação.

“Eu ainda vivo porque tenho sonhos e cada vez que eu leio um livro e venho para a escola, eles aumentam”, diz a detenta.

O contato com a arte surgiu através das professoras do presídio. Como muitas outras detentas, inicialmente, a mulher, que prefere não se identificar, matriculou-se na escola da cadeia atraída pela possibilidade de redução da pena.

Porém, ao ler livros indicados pelas educadoras como Machado de Assis e Clarice Lispector, se surpreendeu ao gostar e conta que quanto mais lia, mas seu olhar sobre o mundo alterava. Passou, então, a crer que poderia virar a página da própria história através da educação.

“Eu era dependente químico e não tinha estrutura nenhuma pra ir para a escola. E vou ser bem sincera: se não estivesse presa, não voltaria a estudar. O vício faz isso com a gente. Acaba com a nossa cabeça. Mas por causa das professoras, eu passei a ler, fazer resenhas, me esforçar. Quero ser um exemplo de pessoa para os meus filhos e mostrar que eu errei, mas que tentei e mudei para melhor”, declara.

Fonte: G1

Fotos: G1

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