Os casos foram abordados pelo delegado Núbio Lopes de Oliveira, em uma coletiva de imprensa, realizada na manhã desta sexta-feira, 15, na Unidade Integrada de Segurança Pública (UNISP).
O primeiro inquérito concluído que foi abordado pelo delegado, ocorreu na madrugada do dia 20 de abril de 2013, na Rua 61, no Bairro Jardim Eldorado, onde Bruno Henrique da Silva Oliveira, de 17 anos, foi assassinado a golpes de gargalo de garrafa por Renato Cosme da Silva, mais conhecido como “Negão”.
Segundo relatos de uma testemunha, poucas horas antes do crime, havia várias pessoas ingerindo bebida alcoólica na residência de Renato, que teria iniciado uma discussão com Bruno por causa de um chinelo que este teria pegado e não havia devolvido.
Após todos os convidados terem ido embora, a testemunha se preparava para sair quando ouviu barulhos de vidros se quebrando e ao olhar para trás, viu Renato desferindo vários golpes contra Bruno com um gargalo de garrafa, que foram fatais.
Renato que tinha um mandado de prisão em aberto e estava foragido desde o dia do crime, foi capturado no último dia 28, por uma guarnição da Força Tática da polícia Militar e em seu depoimento, alegou legitima defesa, afirmando de que Bruno o tinha a emaçado e se apossado de um pedaço de madeira a fim de agredi-lo. Relatos estes que não foram confirmados pela investigação, que concluiu o inquérito indiciando Renato por homicídio duplamente qualificado, já que este agiu por motivo fútil e a traição, sem que Bruno tivesse qualquer chance de defesa.
O segundo caso elucidado, trata-se de um homicídio tentado, ocorrido no dia 05 de agosto do ano corrente, na Chácara do Raimundo, na zona rural de Vilhena, onde Willian da Silva Maciel foi alvejado com cerca de três disparos de arma de fogo efetuados por Josiel da Costa Rodrigues.
Neste caso, Josiel, que se apresentou poucos dias após o crime em companhia de um advogado, afirmou ter agido em legitima defesa, haja visto que tinha sido ameaçado várias vezes pela vítima, que mantinha um relacionamento com sua ex-namorada, inclusive naquela noite.
Willian, por sua vez, que após ter se recuperado dos ferimentos, acabou sendo preso por porte ilegal de arma de fogo, desmentiu as acusações do agressor, porém, não soube precisar os motivos que teriam levado Josiel a tentar contra sua vida.
O caso que intrigou não somente a polícia como a sociedade vilhenense pelo fato de que o atentado tenha ocorrido coincidentemente em um dado momento em que as luzes se apagaram, foi concluído e aponta Josiel como único participante da ação, porém, devido este ter se apresentado espontaneamente e colaborado com as investigações, não foi expedido mando de prisão contra o mesmo, pelo menos não pela delegacia de homicídios, dado este que pode ser mudado caso o Ministério Público, no ato da acusação, vise necessário.
O terceiro e último caso, ocorreu no na noite do dia 17 de novembro, também deste ano, onde a vítima Clodoaldo de Miranda, de 41 anos, que havia sido condenado por estuprar quatro mulheres em Vilhena, foi executado com vários tiros nas costas e na cabeça, em um bar localizado na Avenida José do Patrocínio, no Bairro São José.
Os indiciados neste caso, que continuam foragidos, são Ronaldo dos Santos, de 37 anos, e Lucas Farias Mota, de 20 anos, sendo este último, já indiciado pela morte de Jackson Ramos de Campos, de 27 anos, ocorrida no dia 13 de fevereiro de 2016, que foi golpeado com um machado na lateral da cabeça e morreu quatro dias depois na UTI do hospital de Cacoal.
Segundo apurado pelo setor de investigação, os motivos que levaram os autores a assassinar Clodoaldo, não tem ligação nenhuma com seus crimes anteriormente cometidos. Foi levantado que o mesmo estava no comercio em companhia da namorada e de mais duas testemunhas e quando os suspeitos chegaram no estabelecimento este teria dito para Lucas que precisava resolver um assunto com ele, momento em que Ronaldo tomou as dores do amigo afirmando que se Clodoaldo tinha algo a resolver poderia falar com ele mesmo.
Após os ânimos se aclamarem, os suspeitos saíram do local e a vítima voltou a sentar no mesmo lugar em que estava, de costas para a porta, porém, minutos depois, Ronaldo retornou sozinho e efetuou vários disparos contra as costas de Clodoaldo, que tentou fugir, mas acabou sendo executado a poucos metros do estabelecimento.
No dia do crime as testemunhas chegaram a alegar que Ronaldo agiu sozinho, porém foi comprovado que Lucas o aguardava a poucos metros do local com a mesma motocicleta que tinham chegado no bar anteriormente e que a arma usado no crime tenha sido fornecida por este, o que levou a conclusão do inquérito indiciando ambos pelo crime de homicídio qualificado.
Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Extra de Rondônia/Divulgação