Na manhã desta terça-feira, 20, alguns servidores da educação se reuniram em Vilhena próximo ao semáforo da Avenida Major Amarante no cruzamento com a Marques Henrique munidos de faixas com as seguintes frases: “Confúcio não trata a educação com respeito, não merece ser eleito”, para protestarem contra o governo atual que não tem dado a devida atenção a greve e as negociações da educação.

Os educadores tem reivindicado pelo cumprimento das metas 17,18 e 19, que consistem em:

– Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas da educação básica, a fim de equiparar gradualmente, a partir da vigência deste plano, ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.

– Garantir, no prazo de dois anos, a elaboração e implantação de planos de carreira para os profissionais da Educação Básica de todos os sistemas de ensino e, para o Plano de Carreira dos Profissionais da Educação Básica pública, tomar como referência o Piso Salarial Nacional Profissional, definido em lei federal, nos termos inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

– Ampliar o investimento público em educação pública de forma a garantir investimento de no mínimo 35% com recursos do tesouro estadual para complementação do FUNDEB, com ampliação gradativa de 1% ao ano durante o período de vigência do PEE.

Em conversa com Janete do Nascimento, uma das professoras que estava participando do movimento, contou que “esta manifestação é um trabalho de conscientização para a população, e também uma forma de explicar sobre os motivos que nos levaram a greve. Alguns pais e até a própria comunidade ignora nossos atos, pois não sabem o porquê de estarmos em greve, por isso estamos panfletando e explicando nossas reivindicações”.

“O grande motivo da greve é o total descaso do governo com a classe educadora, deixando de cumprir as metas 17, 18 e 19 que estão asseguradas por lei. E até o momento o governador não ofereceu nenhuma proposta para sanar o problema, e para melhorar a situação, em uma das reuniões da mesa de negociações o governador, Confúcio Moura, ironizou nossa profissão alegando que deveríamos trabalhar por amor”, destacou a educadora.

Alexandre Belmiro, também professor da rede estadual, apontou suas frustrações com os governantes ressaltando que “desde o ano passado os professores tem sido pacientes, não fazendo nenhum movimento, mas chegamos a um ponto que não dá mais. As propostas feitas nem sequer foram analisadas, precisamos dar um basta nisso”.

A psicopedagoga da rede estadual, Joelma Bittencourt Francisco, explica que “o foco principal é a meta 17 que está no plano estadual de educação e foi aprovado em 2015. Alguns itens desta meta eram para ser aprovados no primeiro ano de vigência do plano, ou seja, 2016, estando com um atraso de dois anos, bem além do que foi acordado”.

“Outro exemplo são os benefícios da pós-graduação, que deveriam ter um aumento gradual, o que não tem ocorrido. Fora a frustração de nossa classe com a justiça de Rondônia, pois a justiça que julga ilegal uma greve é a mesma que pede para o governo cumprir a lei”, relatou Joelma.

“Até o momento não tivemos respostas e as negociações não trouxeram nenhuma solução. Cabe destacar que a mesa de negociações foi criada pelo governo vigente, como forma de intermediar as necessidades dos educadores, o que a meu ver, não passa de uma forma de blindar o governo” enfatizou a psicopedagoga.

Joelma fala que “muitas pessoas questionaram a veracidade da famosa frase do governador, sobre o ato de trabalhar por amor, mas ocorreu sim, e o pior é que foi durante uma mesa de negociações. Cabe enfatizar que a frase tem pleno sentido quando palestramos e falamos da vocação ou sacerdócio que é a atividade em si, diferente da ironia feita pelo então representante do Estado”.

A psicopedagoga pontua que mesmo depois do julgamento da justiça sobre a ilegalidade da greve, a mesma foi abraçada por 90% de todo o Cone Sul.

“Gostaria de colocar para os pais de alunos e o restante da comunidade que a nossa luta não é somente para o cumprimento das metas, mas também para melhoria da educação, pois o Plano Nacional de Educação (PNE) é amplo, abrange melhorias nas estruturas das escolas e o aumento do investimento de 25% para 28% destinados a educação” concluiu Joelma.

Texto: Extra de Rondônia

Fotos: Extra de Rondônia

 

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