Através de uma coletiva de impressa realizada na manhã desta quarta-feira, 09, o delegado Núbio Lopes de Oliveira, à frente da Delegacia de Homicídios de Vilhena, apresentou a conclusão do inquérito referente à morte de Joab Pereira Marconi, de 18 anos, que foi assassinado pelo próprio amigo Yuri Felipe Lima, também de 18 anos, na madrugada do dia 29 de março de 2013, enquanto ambos tentavam matar um terceiro indivíduo por engano.
De acordo com os autos, Joab havia terminado um relacionamento com uma jovem chamada Daiane, que estaria mantendo relações com outro rapaz , porém, seu ex não aceitava a situação.
Após se encontrarem em uma casa de shows, Joab tentou intimidar a ex, que estava acompanhada por duas irmãs, Jhonatas e de seu amigo Roberto, lhe mostrando uma arma de fogo que trazia na cintura. Com o avançar das horas, a jovem juntamente com todos os seus acompanhantes e mais uma testemunha, que era namorada de sua irmã, entraram em um carro particular e foram embora.
No caminho, os cinco pararam na casa de uma das irmãs de Daiane para que esta descesse do carro e os outros quatro seguiram para a residência da jovem, onde sua outra irmã foi para um dos quartos com a namorada, ela foi para outro com Jhonatas e Roberto ficou por ali.
Neste momento, Joab alugou um taxi e saiu à procura da amada em companhia de Yuri e de um terceiro jovem chamado Renato, porém, se dirigindo até a residência da irmã da jovem, onde pularam o muro para conferir se a mesma não estava lá. Dali os três seguiram para a residência de Daiane, onde novamente Joab e Yuri pularam o muro e de pronto começaram a ameaçar Roberto de morte, acreditando que era com ele que Daiane estaria mantendo um relacionamento.
Após Joab efetuar alguns tiros para o alto, os dois arrombaram a porta e entraram no imóvel, onde ocorreu um grande tumulto e vários outros disparos, que acabou com a morte de Joab já do lado de fora da casa.
Na delegacia, Yuri afirmou que Jhonatas teria arrancado a arma das mãos de Joab e efetuado um único disparo que atingiu seu coração, o levando a morte. O jovem afirmou ainda que iria matar aquele, que até então, teria matado seu amigo. Porém, os relatos de uma testemunha que afirmou ter visto Jhonatas fugindo com duas armas de fogo em punho, mudou totalmente o rumo das investigações, porque até o momento só Joab estaria armado.
Deu-se então início a uma verdadeira caçada pelas duas armas de fogo, no entanto Jhonatas e Roberto, que se apresentaram à polícia na manhã do dia seguinte, apresentaram uma arma, que segundo os mesmos, era de propriedade de Roberto, que trabalhava em um sitio e que tinha vindo para a cidade naquela noite já em posse da mesma. Todavia, ambos negaram ter consumido com a arma que a vítima portava quando chegou ao local.
Com Yuri acusando Jhonatas e o mesmo negando o crime, o processo se arrastou por cerca de dois meses até que o filho do dono da propriedade onde Roberto trabalhava, foi detido pela polícia tentando entrar na cidade com uma arma enferrujada, que segundo ele teria sido enterrada na propriedade pelos dois envolvidos no crime.
Após a localização da segunda arma, o caso acabou sendo desenrolado e chegou-se aos fatos de que naquela noite, Roberto se escondeu debaixo de uma das camas e Jhonatas ficou sentado em uma poltrona com seu revólver entre as pernas. No momento em que Joab e Yuri invadiram a casa procurando por Roberto, acreditando que era com ele que Daiane estava dormindo, avistaram apenas Jhonatas e o ameaçaram para que entregasse o amigo, chegando a efetuar um tiro contra sua cabeça, no qual a arma falhou.
Neste momento, Roberto saiu debaixo da cama, agarrou Joab pelas costas e ambos entraram em luta corporal, momento em que Jhonatas efetuou um disparo, que acertou a cabeça de Joab de raspão. Após efetuar um único tiro, Jhonatas entrou em estado de choque e Yuri retirou a arma de Roberto de suas mãos, efetuou mais um tiro contra o mesmo, que também lencou e saiu para fora do imóvel acompanhando Joab e Roberto que continuavam engalfinhados.
Como Joab, que mesmo estando com sua arma em punho, não conseguia acertar Roberto que o segurava por trás, Yuri efetuou um disparo para acertá-lo e acabou atingido o próprio amigo, que morreu na hora.
Diante do que tinha feito, Yuri correu para o táxi, onde Renato os aguardava a fim de fugir do local, porém, Jhonatas ainda tentou socorrer Joab o levando até o veículo e pedindo para que o conduzissem ao hospital. Neste momento, Jhonatas pediu o revólver de Roberto que estava nas mãos de Yuri, se apossou da arma que Joab portava e havia ficado sobre a grama, fugindo em seguida.
Por fim, Jhonatas não foi indiciado, haja vista que o tiro que efetuou não colocou a vítima em risco de morte e que o fez em defesa do amigo, que estava em perigo inocentemente. Roberto foi autuado por porte ilegal de arma de fogo, por não possuir licença da arma que matou Joab. Yuri, que já se encontra preso por crimes envolvendo entorpecentes, foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. Neste caso, mesmo Yuri não tendo a intenção de matar o amigo, é levado em conta à ação e não o alvo em si.
Texto e foto: Extra de Rondônia