A comunidade financeira, o mercado de capitais e os agentes econômicos dos países desenvolvidos costumam aguardar com ansiedade e expectativa, a divulgação dos balanços anuais das grandes empresas.
Tais balanços identificam, de forma apropriada, mediante a aplicação de índices econômicos financeiros, o desempenho operacional dessas corporações, em todos os segmentos de mercado.
Como esses balanços são certificados por conceituadas empresas independentes de auditoria externa, eles respeitam as leis bem como os princípios contábeis geralmente aceitos, sendo fidedignos.
Ficam evidenciadas, nessa oportunidade, as administrações mais competentes, em decorrência dos resultados obtidos, também ficam evidenciadas as organizações que, por não conseguirem superar os desafios do mercado e a atuação da concorrência, foram deslocadas para um nível inferior.
É apaixonante, contagiante e estimulante poder examinar o desempenho dessas organizações, poder contemplar o ranking anual das mesmas, o sobe e desce constante de seus participantes.
Os balanços tem a capacidade de evidenciar: diferentes estratégias empregadas ao longo do exercício findo; o conflito permanente entre lucratividade x liquidez financeira; maior ou menor agressividade das vendas; controle eficiente (ou não) dos custos; austeridade (ou não) do controle das despesas, diante do avanço das receitas.
Aumento de receitas não implica, automaticamente, em aumento de lucros. O acréscimo de resultados pode vir acompanhado de um endividamento excessivo, o qual pode ser danoso a curto e médio prazo.
Ampliar a participação no mercado é desejo de todos, porém a prática comprova que bem poucos são os que conseguem atingir esse importante objetivo.
As melhores empresas costumam analisar sua performance, comparativamente ao desempenho de seus principais concorrentes. Sua empresa faz isso? Você conhece uma organização que faz isso? Sua empresa não faz isso por dificuldades internas ou porque acha isso desnecessário? Se a adoção dessa metodologia fosse exigida de você, quanto tempo sua empresa precisaria para implementá-la?
Os estudiosos da contabilidade têm muito a nos contar quando estão diante de um Balanço Patrimonial e de uma demonstração de resultados. Quero tranquilizá-lo de que isso não é difícil, pelo contrário, basta apenas um pouco de boa vontade, paciência e perseverança, e você entenderá o básico para fazer uma dessas análises.
Administradores e contadores estão indissoluvelmente ligados, mediante os balanços. O conhecimento contábil é fundamental, é pré-requisito para qualquer pessoa que queira ler e interpretar corretamente os balanços.
As empresas que tem a pretensão de serem líderes de mercado precisam ter essa visão e desenvolver pessoas para esse trabalho. Os balanços são preparados, prioritariamente, para a administração e não para o fisco. Portanto, eles são essenciais em vez de apenas algo burocrático.
Conclusão: Se sua empresa ainda não costuma reunir sua diretoria para fazer essa auto-avaliação anualmente, recomendo que essa prática seja introduzida de imediato. Benefícios significativos advirão dessa prática. Tenho certeza absoluta disso!
Texto: Humberto Lago/Consultor Empresarial
Foto: Arquivo Extra