A Polícia Federal desenvolveu na terça e quarta-feira, 15 e 16, uma operação na Terra Indígena Ti Uru-Eu-Wau-Wau, próximo ao município de Jarú-RO, com o objetivo de avaliar e intervir numa possível invasão de terras para grilagem (loteamento clandestino) e extração de madeira, junto à aldeia D623, onde vivem cerca de 25 indígenas.
Equipes da Inteligência da PF, do Grupo de Pronta Intervenção e da Delegacia PF de Ji-Paraná (circunscrição da referida área de proteção) diligenciaram pelo interior da terra indígena, identificando e analisando a ação dos supostos invasores. Foi identificada uma picada de cerca de 3 metros de largura por aproximadamente 2 km de extensão, aberta com a derrubada de vegetação secundária, basicamente com o uso de foices e facões. Não foi observada naquela porção lindeira da área de proteção desmatamento com emprego de maquinários nem a exploração de recursos naturais. Tampouco acampamentos permanentes ou improvisados, bem como não ser constante o deslocamento de veículos naquela parte da Reserva.
Durante a ação, os agentes da PF visualizaram pessoas não autorizadas no interior da TI, dando prosseguimento ao trabalho de abertura da tal picada. Na aproximação para abordagem, os invasores empreenderam fuga para a parte densa da floresta, mas mesmo com a dificuldade do ambiente foi capturado e preso L.R.C.S, 22 anos, que declarou residir no distrito de Tarilândia e que estaria ali em busca de um pedaço de terra e que teria ido para lá de carona com “o pessoal da associação”.
O preso foi autuado por invadir terras da União com a intenção de ocupá-la, por desmatar floresta em terras de domínio público sem autorização e por associação criminosa com outras pessoas que buscavam a mesma finalidade.
Os trabalhos de investigação continuam sendo desenvolvidos pela Delegacia da PF em Ji-Paraná, que busca a identificação e intimação dos responsáveis por associações locais – que seriam os fomentadores das invasões – para prestarem esclarecimentos.
A região tem recebido especial atenção da FUNAI, Polícia Militar Ambiental e da própria Polícia Federal, em frequentes fiscalizações, ante os falsos boatos de flexibilização da proteção de áreas especiais pelo Governo.
O Estado de Rondônia possui dezenas de áreas de proteção especial e as práticas de invasão, grilagem e extração de recursos naturais são antigas e costumeiras pela dificuldade natural de fiscalização e detecção da exploração predatória, por oportunistas e organizações criminosas que sabem da riqueza natural nela existentes.
Somente a T.I. Uru-Eu-Wau-Wau possui área de 1.867.000 hectares, equivalente a mais de 12 (doze) vezes o território da cidade de São Paulo/SP ou 85% da extensão territorial do Estado de Sergipe.
Fonte: Assessoria