“Quando eu for eleito Presidente, vai acabar esse negócio da polícia invadir os locais onde tem gente trabalhando e queimar máquinas, destruir equipamentos. Isso não vai mais acontecer”. Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência, quando visitou Rondônia no ano passado. “Não vamos permitir que fiscais queimem máquinas, destruam tudo.

Não vamos aceitar que essas cenas se repitam em nosso Estado”. Marcos Rocha, antes e depois de eleito Governador do Estado. Pelo que se viu nessa semana, na região da Reserva Roosevelt em Espigão do Oeste, onde a garimpagem ilegal de diamantes abunda; onde os contrabandistas, com aval de caciques levam todos os dias, pequenas fortunas em diamantes, que é de todos nós e onde em 2004 houve um massacre de 29  garimpeiros (crimes impunes até hoje), as promessas ainda estão longe de serem cumpridas.

Ali, a Polícia Federal e fiscais do Ibama entraram no local e, fazendo o que têm feito nos últimos anos, graças a Portaria  espúria e criminosa, aprovada nos tempos em que o PT e seus asseclas de todos os partidos roubavam o Brasil, atacaram áreas onde a garimpagem era feita, destruíram e queimaram também maquinas e equipamentos, coisa que, segundo nossos novos governantes, “não vai mais acontecer”.

Quanto fazem essas operações de terra arrasada, com amplo apoio das leis e do Judiciário, que não as impede, policiais e fiscais não se preocupam pela destruição de equipamentos que podem valer milhões de reais. Alegam que têm que fazê-lo porque não podem tirar as máquinas dos locais e pelo perigo de serem atacados por garimpeiros ilegais. Ora, são afirmações quase infantis. Basta tirar algumas peças das máquinas, para que não funcionem. E depois, que as retirem legalmente, entregando-as à Justiça, para dar-lhes nova destinação, por exemplo para pequenas Prefeituras, que não têm dinheiro e nunca terão, para comprar tais equipamentos.

A verdade é que trocou o Governo, mas o que mudou? A legislação aparelhada continua em vigor. As instituições aparelhadas continuam agindo, como se fossem os petistas ainda a governar. O desrespeito ao patrimônio alheio; a despreocupação com o que deveria ser útil à coletividade e as ações midiáticas continuam vigorando. No mundo real, está tudo igual.

Nem a legislação ambiental, que é um terror – é sempre bom lembrar que há uma cidade no nosso Brasil, e aqui mesmo em Rondônia, chamada Guajará Mirim, em que sua população não pode tocar em 94 por cento do próprio território e tudo isso é considerado normal – e nem ações cinematográficas praticadas por agentes que fazem papel de magistrados e carrascos, sentenciando e executando as sentenças, continua tudo igual. É uma vergonha que isso continue ocorrendo. Ninguém quer impunidade, mas vivemos num regime democrático, onde agentes públicos não podem ter direito de agir como executores. Aqui ainda tem Justiça! Que nossos governantes cumpram suas palavras e acabem com essas doentias excrescências legais. Já!

PERDERAM, MAS CONTINUAM MANDANDO

É sempre bom se analisar a quem interessa que nossos garimpos continuem proibidos. Não são pelos mesmos defensores do meio ambiente que lavam as mãos,  quando o contrabando leva toda nossa riqueza, impunemente? Não são os mesmos que pedem a prisão de pequenos garimpeiros, mas acham normal que caciques enriqueçam a olhos vistos, morando em casas modernas e com camionetas zero quilômetro e que não sejam punidos, por negociar com criminosos? Fará parte dessa gente, aqueles que vêm de várias regiões do mundo, tentando manter nossa Amazônia intocada, para servir aos interesses maiores dos seus países? Ou então, farão parte do mesmo grupo os que querem impedir o desenvolvimento da região, por exemplo impedindo as obras de restauração do asfaltamento da BR 319, que nos liga a Manaus e que daria um grande salto para nosso agronegócio? Ou que mantém milhares de ONGs, algumas com líderes que sequer falam nossa língua, mas que decidem como se fossem os maiores defensores da Nação? Terão a ver com os donos de Roraima, que falam em nome de uma minoria de índios e que destruíram a economia do Estado, transformando-o num local onde a sobrevivência se tornou uma loteria? Aliás, não são os mesmo que perderam feio a última eleição, mas que continuam agindo como se o Brasil ainda fosse deles? Quem tiver as respostas, que as dê!

VOZ SOLITÁRIA ANTI REFORMA

O jovem deputado Expedito Netto se tornou uma voz isolada, na bancada federal, contra a Reforma da Previdência. Diz ele:  “as principais mudanças são extremamente cruéis aos trabalhadores”. Poderia, segundo o parlamentar, haver a opção da previdência privada ou dela como o é hoje, dentro de um sistema falido. “Não vou participar dessa crueldade. Não à Reforma da Previdência”, concluiu Expedito Netto em vídeo que postou nas redes sociais. Ao menos por enquanto, todos os demais parlamentares não estão falando oficialmente sobre o tema, mas ouve-se que, com a exceção de Expedito, todos os demais tendem votar a favor.

Basicamente, a questão é uma só: a previdência está falida e se não for feita alguma coisa agora, em poucos anos ela não terá mais recursos para pagar as aposentadorias. Ou muda ou morre. Dos sete deputados federais que não se pronunciaram ainda e dos três senadores, o que se sabe é que, a princípio, todos concordam com a tese de que, sem reforma, pode não haver mais previdência social em breve. Expedito Netto discorda e mantém um discurso diferente. Lá na frente, se saberá quem estava certo e quem estava errado.

GUERRA CONTRA NOSSAS MULHERES

Levantamento de dados da saúde pública do Estado, relativos ao ano passado, divulgados pelo site Rondoniadinamica, apresenta dados assustadores em relação à violência praticada contra as mulheres Das mais de seis mil ocorrências de violência, que desembocaram no sistema estadual de atendimento, nos hospitais e unidades da Sesau nada menos do 73 por cento, ou seja, 4.380 foram de notificações relativas a problemas contra a mulher, incluindo mortes, agressões, tentativas de homicídio, praticas de violência com objetos perfurantes ou cortantes.

Para pânico geral, outro número perto do desesperador. Dessas mulheres atacadas, 27 por cento delas foram vítimas de estupro. Ou seja, num só ano, foram violentadas nada menos do que 1.182 mulheres, o            que representa mais de 92 casos por mês; mais de três casos por dia. Um dado apavorante. Diz o relatório, em determinado texto: “ o meio de agressão mais utilizado pelo autor da violência foi a força corporal, como espancamento em 48 por cento dos casos; 12 por cento se utilizaram de objetos perfurantes ou cortantes e quase 5 por cento foi por enforcamento; 27 por cento foram vítimas de estupro, além de sofrerem ameaças em 18 por cento dos casos notificados”. Nossas mulheres estão vivendo no mais perigoso Estado do país, para elas. Hora de se tomar decisões firmes e não só ficar no discurso.

SUCESSÃO EM CACOAL: GLAUCIONE VAI OU NÃO?

Como andam as conversas sobre a sucessão municipal em Cacoal? A prefeita Glaucione Rodrigues ainda não decidiu se concorre à reeleição. Seu governo está melhorando, com muitas obras, mas há contra ela uma oposição raivosa e agressiva. Agressiva, aliás, na melhor acepção da palavra. Dias atrás, membros deste grupo saiu na porrada com defensores da Prefeita, dentro da Câmara de Vereadores. Desrespeito à democracia, no mínimo, por gente que não mede seus atos e desrespeita quem pensa diferente. Dois nomes importantes da cidade podem entrar na briga, embora isso esteja ainda longe de ser confirmado.

Um deles é o deputado Adriano Fúria, contra quem Glaucione concorreu e que foi o principal adversário da Prefeita. Recém eleito deputado estadual, o jovem Fúria deixaria seu primeiro mandato no parlamento para disputar de novo? Ele tem sido insistentemente perguntado, inclusive pela coluna, mas não respondeu. Outro deputado de primeiro mandato, Cirone da Tozzo, também pode estar na relação. Aliado de Glaucione, ele só pensaria em entrar na disputa, a princípio, caso a atual Prefeita abrisse mão do plano de reeleger-se.

TEM OUTRO CORONEL DO PSL

Afora esses nomes, entre os mais cotados, há outros que podem se tornar pretendentes em 2020. O PSL de Jair Bolsonaro, por exemplo, já teria um nome pronto para a disputa: o do coronel Paulo Sityá, que comandou o 4º Batalhão da PM na cidade e é figura muito respeitada. Três vereadores também podem se habilitar e, provavelmente, ao menos um deles estará na disputa: Mauro Moreira, Claudinei Castelinho e o atual presidente da casa, Paulinho do Cinema. O trio faz dura oposição a Glaucione, mas dentro das exigências democráticas.

Tem mais gente? Tem sim, ao menos entre os que são comentados nos meios políticos da cidade. O ex-diretor do Hospital Regional, o também coronel Marco Aurélio Vasquez está na relação. Embora resida há pouco tempo na cidade, o marido da deputado federal Jaqueline Cassol, Luiz Paulo Batista, presidente regional do PP, não seria uma surpresa, caso decidisse entrar na disputa, não só com o apoio da esposa, é claro, mas também de todo poderoso clã dos Cassol. Tem aparecido aqui e ali, da mesma forma, o nome de Pedro Rabelo, filho do ex deputado federal Jabes Rabelo, que estaria de olho na Prefeitura. Ou seja, também em Cacoal tem gente que não acaba, de olho na cadeira ocupada hoje por Glaucione Rodrigues.

NÃO SÃO DESMEMORIADOS. SÃO CÚMPLICES!

É uma vergonha como os amantes do passado, dos ladrões que governaram o país durante tantos anos; dos que estão ainda berrando anomalias e besteiras de dentro das cadeias; dos que calaram –  como bons cúmplices – durante quase duas décadas em que o Brasil foi quase destruído, agora ainda tenham a petulância de dizer que o país retrocedeu, com a eleição de Jair Bolsonaro.

Não têm vergonha na cara, porque desmemoriados não são, em defender Lula Livre (isso mesmo o chefe da gangue, o ladrão mor, já condenado em dois processos e que o será, certamente, em pelo menos mais quatro); em fazer de conta que esqueceram que foi Lula quem nos empurrou goela abaixo uma Dilma Roussef que só disse e fez asneiras no seu governo; ao fazer de conta que não houve quadrilha especializada em roubo do dinheiro público, de destruição das nossas estatais, dos 16 milhões de desempregados que deixaram como herança.

Para esses doentes, um governo que começou há menos de dois meses é culpado por tudo o que de podre tem o país (os queridinhos deles nada têm de culpa nisso tudo!) e qualquer ação, medida, reforma ou ideia que venha para melhorar e consertar o Brasil, para esses que se acham os grandes gênios dos textos e das opiniões, se vier de Bolsonaro e seu grupo, não servem para a Nação. Aliás, a Nação que eles ajudaram a destruir e se calaram, por vergonhosa omissão, quando ela estava sendo destruída. Calem-se, idiotas!

PERGUNTINHA

Você já imaginou se a lei permitisse que, caso você cometesse uma infração grave de trânsito, o guarda, além de multar, também tivesse o poder de queimar seu carro, como a lei obtusa autoriza no caso de máquinas dos garimpeiros ilegais?

 

Texto: Sergio Pires

Foto: Ilustração

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