A Polícia Federal cumpriu mandado de prisão preventiva contra o ex-presidente Michel Temer na manhã desta quinta-feira 21. A prisão ocorreu na casa de Temer, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, após autorização do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.
Os policiais cumpriram ainda, no Rio de Janeiro, mandado contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia de Temer. Há mandados contra outras seis pessoas, incluindo empresários. A prisão é desdobramento da A Operação Radioatividade, a 16ª fase da Lava-Jato, que investigou corrupção na usina de Angra 3.
Suspeitas recaem sobre Temer desde a época em que era presidente. Ele foi alvo de duas denúncias, que não foram levadas adiante, apesar de tentativas de deputados da oposição de autorizar as investigações.
Hoje, o ex-presidente responde a 10 inquéritos na Justiça. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), abertos quando ele era presidente da República, devido ao foro privilegiado. Esses cinco processos foram encaminhados à primeira instância depois que ele deixou o cargo.
Conversa com Joesley
Um dos escândalos que envolveram o presidente Temer e que o colocou sob risco de impeachment tinha relação com a gravação de uma conversa que ele teve com o executivo da JBS Joesley Batista.
Na conversa, Temer disse uma frase que se tornou notória: “Tem que manter isso, viu?”. A frase foi dita quando os dois comentavam a proximidade de Batista com o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o pagamento de benesses do empresário ao principal responsável pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).