Agricultores receberam os técnicos para falar sobre a produção cacaueira/ Foto: Divulgação

Entre mais de 30 agricultores familiares que participaram do curso de “Boas Práticas de Manejo do Cacau” em Ouro Preto do Oeste, promovido pelo Centro de Estudos Rioterra em parceria com a Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), uma das mais atentas era Edna Regina Godoi Ramos, moradora da bacia leiteira em Candeias do Jamari.

Com o sonho de iniciar o cultivo de cacau na propriedade onde vive com o marido, viu no projeto “Semeando Sustentabilidade” a chance de torná-lo realidade ao receber as mudas da espécie, contar com assistência técnica e com capacitação sobre a atividade.

Edna e o marido vivem exclusivamente da produção leiteira e há algum tempo despertou o desejo de diversificar a atividade rural para aumentar a renda familiar. Ao ouvir falar do projeto, logo fez a adesão e recebeu as mudas de açaí e cacau, já plantadas com orientação dos técnicos extensionistas do CES Rioterra. “Comecei a pensar, amadurecer a ideia, mas não sabia como nem quando conseguiria fazer isso, e aí o projeto veio na hora certa”, relata.

Durante dois dias, Edna e o grupo de agricultores receberam dos técnicos da Ceplac informações sobre o contexto da produção cacaueira em Rondônia, Brasil e mercado mundial, sobre clonagem por meio das técnicas de estaquia e de enxertia, além de técnicas para plantio e manejo em Sistema Agroflorestal com essências florestais e seringueira.

Visitaram também o laboratório de entomologia (ciência que estuda insetos), onde conheceram as principais pragas do cacaueiro e formas de combatê-las.

Segundo o engenheiro agrônomo Fernando Luiz de Oliveira, da Ceplac, o Estado já chegou a ter 35 mil hectares de cacau plantados, mas depois de inúmeras crises envolvendo questões de mercado e a vassoura de bruxa, houve um período de recessão.

Entretanto o cenário vem mudando nos últimos anos. “Há uma retomada da cacauicultura, primeiro porque os preços estão convidativos no mercado internacional, há uma demanda pelo produto cacau; e a outra é o uso de novas variedades resistente a doenças. Hoje o agricultor tanto pode plantar misturas híbridas como material clonal, e forma de manejo também está mudando, temos plantas de porte mais baixo, em melhores condições e também maior produtividade”, explica o especialista.

Há ainda outra importante questão no cenário mundial que torna atrativa a produção: a mudança de visão sobre o cacau, que deixou de ser visto como apenas uma guloseima e alcançou o status de alimento.

“A partir do momento em que o chocolate passa a ter um maior teor de cacau em sua composição, ele se torna uma alimento rico. Se na fabricação tem maior teor de cacau, consequentemente, terá uma maior demanda de produção”, revela Fernando.

Ele avalia que Rondônia tem as condições climáticas que favorecem a cacauicultura e, para agregar valor ao produto, o agricultor deve explorar os sistemas agroflorestais, que favorecem a produção e o meio ambiente, e utilizar o selo regional para isso, a exemplo do que já é feito na cafeicultura.

As boas perspectivas apresentadas durante a atividade trouxeram ainda mais ânimo aos agricultores. “Fiquei satisfeita, essa porta se abriu na hora certa, era tudo o que eu queria e, com o auxílio dos técnicos, tenho certeza que vamos fazer dar certo. A vontade, que é o mais importante, a gente tem bastante”, diz Edna.

Elineia Santos de Jesus, do assentamento Flor do Amazonas, também em Candeias do Jamari, já tem uma produção diversificada no sítio da família, com urucum, café e também 1.200 pés de cacau, todas recebidas através do projeto e plantadas recentemente, e  avalia que o conhecimento adquirido durante do curso vai melhorar ainda mais a atividade no campo. “A gente nunca tinha tido curso sobre isso nem auxílio técnico, agora a gente tem tudo, então a expectativa é de melhorar ainda mais nossa produção”, finaliza.

O “Semeando Sustentabilidade” é executado pelo CES Rioterra com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Para aderir ao projeto e acessar os seus benefícios, os agricultores familiares podem entrar em contato com o organização em Porto Velho pelo telefone (69) 3223-6191, diretamente no Viveiro Municipal de Itapuã do Oeste ou pelos telefones (69) 3231-2583 e (69) 9 9207-7376, ou ainda pelo e-mail rioterra@rioterra.org.br. Para mais informações acessar o site.

sicoob

COMUNICADO: Atenção caros internautas: recomenda-se critérios nas postagens de comentários abaixo, uma vez que seu autor poderá ser responsabilizado judicialmente caso denigra a imagem de terceiros. O aviso serve em especial aos que utilizam ferramentas de postagens ocultas ou falsas, pois podem ser facilmente identificadas pelo rastreamento do IP da máquina de origem, como já ocorreu.

A DIREÇÃO