As 8ª e 6ª Delegacia de Polícia de Porto Velho receberam denúncias e estão investigando um golpe de estelionato praticado por uma empresa do Estado de São Paulo. Mais de 70 pessoas podem ter sido lesadas pela empresa BFX Investimentos.
De acordo com o delegado, Cícero Cavalcante, existem relatos de vítimas que chegaram a investir R$ 8 mil, R$ 20 mil, R$ 30 mil, R$ 40 mil e até a fazer empréstimos em banco para aplicar no negócio.
As vítimas começaram a procurar as delegacias há cerca de uma semana relatando sobre o golpe que a empresa BFX estava aplicando na Capital e os investigadores constataram que o grupo de estelionatário aplicou o mesmo golpe em outros estados.
Segundo o relato das vítimas, a empresa recrutava pessoas com a promessa de oferecer um lucro de 60%, em apenas 20 dias. Sem saber que estava caindo em um golpe, a vítima era informada que se investisse R$ 1 mil iria receber R$ 1.700 em sete dias, e se investisse R$ 10 mil, o lucro seria de R$ 17 mil.
Após mostrar interesse, a vítima era adicionada a um grupo do WhatsApp criado por pessoas de São Paulo, que estavam à frente do negócio. Os estelionatários informavam aos participantes que os valores estavam ligados ao mercado de bolsa de valores. “Toda vez que a pessoa recrutada conseguia mais duas pessoas para participar do negócio, ela ganhava 15% em cima do valor que os novos recrutados investiam”, explicou o delegado do 8ª DP.
Tudo era feito pelo WhatsApp, segundo apurou a Polícia, e ninguém conhecia os estelionatários. “Essas pessoas que fazem parte da pirâmide postavam vídeos nos grupos dizendo que estavam tendo lucro para gerar credibilidade para a empresa. Toda essa negociação com os recrutas foi através de WhatsApp”, esclareceu Cicero Cavalcante.
O delegado explicou ainda que depois de certo tempo, o negócio não se sustentou porque a pirâmide debaixo, das pessoas que estavam entrando acabou não compensando para os responsáveis da BFX. “Rapidamente a empresa se desligou de qualquer vínculo e grupos de WhatsApp. Ao perceberem que teriam caído em um golpe, as vítimas começaram a procurar a delegacia”, disse.
Cicero Cavalcante disse ainda que as primeiras pessoas que entraram no grupo, realmente estavam tendo lucro. “Essa era uma forma dos estelionatários ludibriar as pessoas que iriam entrar depois. A conta que o grupo usava para receber o dinheiro depositado pelos recrutados eram depositados em conta de laranjas e elas eram criadas com documentações falsas”, esclareceu.
Agora, os investigadores vão ouvir os relatos de todas as vítimas e tudo o que for apurado nas duas delegacias, e nas demais onde forem registradas ocorrências sobre esse caso, será encaminhado para São Paulo. “As investigações serão feitas por lá já que a empresa não possui sede própria aqui em Porto Velho”, informou o delegado.
Entre as vítimas, segundo o delegado Rubens Oliveira da 6ª DP, estão duas idosas, e uma delas perdeu R$ 8 mil. “Teve uma pessoa que chegou a penhorar um carro por R$ 30 mil e investiu na empresa. Nós percebemos que grande parte das vítimas são pessoas pobres e humildes que se iludiram pensando que iriam ganhar dinheiro de forma mais fácil”, disse.
Os delegados orientam as pessoas que foram vítimas do grupo de estelionatários procurem a Polícia para denunciar. Eles alertam as pessoas que não depositem dinheiro em contas que não sejam do município onde mora, principalmente se o acordo for por telefone ou aplicativo.