Solangela Guimarães / Foto: Extra de Rondônia

Na manhã desta terça-feira 11, a delegada Solangela Guimarães responsável pela Deam de Vilhena, falou sobre o encerramento do caso da adolescente de 14 anos que havia denunciado um sequestro seguido de estupro.

Na denuncia consta que pela manhã da última sexta-feira 28, a adolescente estava a caminho da escola quando foi abordada por um veiculo com três homens encapuzados.

Ao ser pega, um dos homens a segurou enquanto o outro tirou suas vestimentas e abusou dela, tudo isso com o carro em movimento. Em certa altura do trajeto, um quarto homem caracterizado por uma tatuagem na mão e de motocicleta se aproxima afirmando que eles haviam pegado a jovem errada.

Após isso, os homens haviam andado por mais algum tempo e depois a deixaram em um bairro distante. Assustada com o ocorrido a jovem narrou ter perambulado pela cidade até chegar a casa do namorado e feito a denunciou.

De acordo com a delegada após o recebimento da denuncia a adolescente passou pelos exames necessários para constatação de violência. Com a narrativa e o resultado dos exames em mãos, a equipe começou a perceber detalhes que não condiziam, abrindo a possibilidade de não ter ocorrido o crime.

Com as investigações das câmeras de seguranças pelos locais que ela falou, os relatos do período de onde ela andou, as ruas por onde o carro havia feito retorno e os exames médicos, foi constatado que o crime não ocorreu.

Com isso a equipe deixou que adolescente confessasse o erro. Segundo Guimarães a confissão da jovem ocorreu na última sexta-feira, onde acompanhada de sua genitora a menor declarou que havia inventado os fatos, pois estava passando por sérios problemas familiares e psicológicos, inclusive já havia atentado contra a própria vida, e para justificar a falta na escola e o tempo que passou perambulando pelas ruas criou a história.

Diante do ocorrido, a jovem será encaminhada ao Centro de Atendimento a Mulher (CAM), onde passará por psicólogos.

A delegada afirma ainda que a adolescente não ficará sem ser responsabilizada pela infração, pois mesmo com problemas enfrentados ela mobilizou uma equipe inteira que deixou de atender cerca 1300 outros casos para solucionar o seu crime, devido às características da narrativa e pelo horário do incidente.

“Será instaurado um procedimento e encaminhado ao Ministério Público, em seguida terá a audiência na vara da juventude. E ela irá responder pelo ato crime de comunicação falsa. A aplicação da medida socioeducativa caberá a promotora resolver, mas isenta a jovem não ficará”, explicou a delegada.

Guimarães salientou que este tipo de crime não é o convencional, por isso mobilizou toda a máquina estatal.

OUTROS CASOS SEMELHANTES

No ano de 2018, duas adolescentes também realizaram o mesmo ato que a jovem, onde deixaram de ir à escola e para justificar a falta, inventaram a violência. Neste caso as meninas com intuito de dar maior veracidade a narrativa se auto lecionaram, mas os exames comprovaram que não havia tido crime algum, pois os ferimentos não poderiam ter sido feitos por terceiros.

Houve também um segundo caso em Vilhena, de uma senhora com problemas psicológicos que narrou ter sido violentada próximo a feira por volta das 14h, mas foi comprovado que o crime também não tinha ocorrido, neste caso não coube a punição de comunicação falsa de crime devido ao quadro psíquico da mulher e por estar grávida.

A delegada finaliza conscientizando a população para que tenha mais responsabilidade ao ir registrar uma ocorrência, pois isso gera toda uma repercussão e tem o deslocamento de todo aparato estatal. “Que o jovem e a mulher se atente as ocorrências e não prestem denuncias falsas”.

sicoob

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