A reunião dos vereadores de Vilhena realizada nesta sexta-feira, 23, convocada extraordinariamente para apreciação de projeto de reconhecimento de dívida com a antiga Ceron e parcelamento da mesma para imediato início de pagamento acabou sendo frustrada com a retirada de pauta do projeto.
O fato aconteceu em virtude das comissões permanentes da Casa não endossarem a proposta antes de avaliar com mais atenção a medida, além de buscar junto a atual fornecedora de energia elétrica mais compromissos com a comunidade para firmar o acordo.
A matéria deverá entrar em pauta na primeira sessão ordinária do mês que vem, mas antes dirigentes da Energisa deverão ser convocados para relatar planos de investimento ao setor na cidade.
O projeto em questão, de número 5.708/2019, é uma tentativa de acabar com contenda judicial entre a fornecedora de energia e o Município, que já se prolonga por muitos anos.
De acordo com a prefeitura, a demanda vem se arrastando ao longo do tempo e aumentando a conta – que de fato existe e se refere ao não pagamento de fornecimento de energia em estabelecimentos públicos em gestões passadas – e a proposta apresentada seria viável pois traria significativa redução do montante da conta, que a administração afirma ser superior a R$ 80 milhões.
Confessando a dívida e cessando os recursos na esfera jurídica, com compromisso de começar a pagar parcelamento em mais de 200 prestações já a partir de setembro deste ano o débito recuaria para pouco mais de R$ 34 milhões.
Os vereadores que conversaram com a reportagem do Extra de Rondônia na manhã deste sexta-feira sobre o assunto, Ronildo Macedo (PV), França Silva (PV) e Samir Ali (PSDB), disseram que não são contra o projeto, mas não poderiam aprovar a matéria a toque de caixa apenas porque o Executivo deixou para mandar a propositura ao Parlamento em cima do prazo de entrar em vigor o parcelamento proposto.
Eles afirmaram que antes de autorizar a ação querem ter uma audiência com dirigentes da companhia elétrica, que herdou a conta no processo de privatização, para saber quais são os planos de investimentos da empresa para a cidade. Segundo eles, Vilhena carece de extensão de rede em vários setores da cidade, que hoje obrigam moradores a terem como alternativa de acesso a energia apenas com “rabichos”.
“Queremos saber o que a Energisa pretende fazer para resolver este tipo de demanda e quando isso ocorrerá”, disse Samir. Já o presidente Ronildo Macedo garantiu que os vereadores não criarão empecilhos a proposta, “desde que passe pelo crivo das comissões de forma habitual”.
No ponto de vista dos vereadores ouvidos, o fato do projeto ter possibilidade de ser aprovado apenas no início do mês não vai prejudicar o parcelamento que o mesmo estabelece, independente do primeiro pagamento estar previsto também para setembro.