Um dos casos de homicídio mais famosos ocorridos na região do Cone Sul de Rondônia tem um novo capitulo.
O crime que teve como vítima Jéssica Hernandes Moreira, assassinada depois de um suposto “teste de fidelidade” promovido pelo então namorado Ismael José da Silva e o primo dele Diego de Sá Parente, vai novamente ser avaliado pelo Tribunal do Júri do Município de Cerejeiras, após anulação de decisão que havia sido tomada no julgamento realizado em 23 de agosto do ano passado.
A nova reviravolta, no entanto, só atinge Ismael, que havia sido absolvido da acusação de homicídio e tinha sido condenado apenas por ocultação de cadáver, com o novo julgamento ficando marcado para o dia 23 de outubro próximo (leia mais AQUI e AQUI).
Tanto Ismael quanto o Ministério Público haviam recorrido da sentença anterior, ocasião em que os jurados entenderam que o homicídio havia sido cometido apenas por Diego, com Ismael concorrendo somente na ocultação do cadáver.
A defesa do acusado argumentava que ele não tinha participação alguma no ocorrido, enquanto o Ministério Público considerava que o júri decidiu de forma contraditória com as provas nos autos. Ambos os lado pediam a anulação do julgamento. A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça deu provimento à petição, determinando que se marcasse o novo julgamento, fato que ocorreu no último dia 22.
O crime aconteceu no dia 20 de abril de 2.017 e continua cercado de contradições. A tese principal da acusação é que Ismael tramou com o primo um “teste de fidelidade” contra Jéssica, com Diego tentando seduzi-la para relação sexual em troca de dinheiro. Ela teria caído na armadilha, sendo executada pelos dois, que em seguida deixaram o corpo da jovem numa estrada rural. O cadáver foi encontrado quatro dias depois.
Diego confessou o crime, inclusive a participação de Ismael. No entanto, a defesa dele argumentava que na verdade o primo estaria interessado em separá-lo da namorada e estaria interessado em ter um caso com a moça. Sendo mal sucedido na pretensão Diego acabou matando Jéssica.
O que não fecha, ou deixa margem para muitos questionamentos, é o fato do júri do ano passado ter condenado Isamel pela ocultação do cadáver. Fica contraditório tanto no ponto de vista do Ministério Público, que argumenta ser impossível desassociar uma coisa da outra: se ele participou da ocultação do cadáver certamente teria participação no homicídio. A defesa do réu insiste na inocência do acusado, mantendo a versão de que ele estaria trabalhando no momento do crime e na sequência dos acontecimentos, quando o corpo da vítima foi descartado. É este o nó que a Justiça pretende desatar definitivamente no novo julgamento.