Vai começar uma CPI que certamente dará muito o que falar. Ela envolve um dos assuntos mais complexos dos últimos tempos no Estado: a chegada da Energisa, substituindo a antiga estatal Ceron.
Nos últimos dois meses, principalmente, um grande volume de reclamações contra a agora nova distribuidora de energia aos rondonienses, chegou a um nível tão intenso, que vários deputados começaram a achar que era um assunto que se precisaria investigar. Vários pronunciamentos foram feitos, em cima dos protestos de consumidores, até que o deputado Alex Redano, do Republicanos de Ariquemes, propôs a criação de uma CPI, aprovada por unanimidade na ALE.
O próprio Alex Redano foi eleito residente da CPI, agora oficializada. Ismael Crispim, do PSB é o vice. Mas o cargo mais importante, o de relator da CPI da Energisa, ficou com o deputado Jair Montes, hoje presidente regional de um novo partido, o Avante, já ele deixou o PTC pelo qual foi eleito. Participam como membros os deputados Cirone Deiró (Podemos), Edson Martins (MDB), Adelino Follador (DEM) como 1º suplente e Adailton Fúria (PSD) o 2º suplente.
A CPI foi instalada nesta quarta pela manhã na Assembleia Legislativa. No dia anterior, ao autorizar a formação da Comissão, o presidente da ALE, Laerte Gomes, já havia feito duras críticas à empresa, alegando desrespeito com a população. Há duas vertentes principais na abordagem que a CPI pretende priorizar: o aumento exagerado nas contas de luz nos últimos meses e as denúncias de que a nova empresa de distribuição de energia no Estado estaria fazendo cortes de energia fora dos parâmetros legais.
Numa CPI, é sempre o relator o nome mais destacado, porque é quem pauta os depoimentos e convoca quem dela vai participar. Será de responsabilidade dele, também, o relatório final sobre os resultados do que for apurado. A primeira reunião já foi agendada por Montes para a primeira quinta-feira de outubro, dia 3 próximo, às 15 horas. A CPI não tem poder de punição, mas pode encaminhar às autoridades do Ministério Público e Judiciário, conclusões que possam abrir caminho a processos no futuro.
O que se espera é que seja uma investigação séria e profunda, que ouça os protestos da população, mas que também proporcione a Energisa todas as oportunidades de explicar seu trabalho e suas ações. Que os interesses políticos e nem os eleitorais tenha espaço e que o alvo principal seja a busca de solucionar os problemas que estão angustiando o consumidor rondoniense. Que precisa sim da Energisa e do seu serviço, mas que precisa ser respeitado em todos os seus direitos. Que o bom senso guie a CPI e que ela priorize sempre o interesse público.
A INJUSTIÇA CONTRA CHRISÓSTOMO
Ironia do destino e da legislação. Vamos resumir o assunto com os números, que são oficiais. Dos candidatos à deputados federais eleitos por Rondônia, o Coronel Chrisóstomo, do PSL de Jair Bolsonaro, não usou um só tostão do fundo partidário. Zero. Mariana Carvalho utilizou 2 milhões e 229 mil; Jaqueline Cassol, 2 milhões e 96 mil; Lúcio Mosquini, 1 milhão e 499 mil; Léo Moraes, 622 mil; Expedito Netto, 618 mil e 900 reais; Mauro Nazif 608 mil e 752 mil: Silvia Cristina, 160 mil e 353 reais.
Qual a ironia? É que, mesmo sem ter usufruído de um só centavo do Fundo Partidário, Chrisóstomo pode até perder seu mandato, exatamente por causa dele, do tal Fundo. É que o PSL rondoniense é um dos partidos que estão sendo denunciados na Justiça Eleitoral de ter utilizado laranjas para completar a cota de mulheres. Seria uma tremenda injustiça contra o Coronel, mas infelizmente, é a lei. O TSE já decidiu que todos os eleitos pelos partidos que usaram esse subterfúgio, devem perder seus mandatos. Oito deputados estaduais também correm o risco de perderem seus mandatos. A decisão final em Rondônia começa a sair antes do final do ano.
CAVALGADA DA EXPOPORTO É NESTE SÁBADO
Porto Velho, depois de muitos anos, vai viver um sábado diferente. Neste 28 de setembro, várias ruas da Capital serão tomadas por cavaleiros e seus cavalos, além de grupos que vão participar a pé. É a volta da Cavalgada que antecipa também outro retorno: o da feira agropecuária da Capital, antes chamada de Expovel e que agora passará ser a ExpoPorto, nome escolhido numa enquete promovida pelo governador Marcos Rocha em suas páginas das redes sociais.
A cavalgada do sábado não permitirá carros, caminhões e outros veículos. A concentração será entre 8 e 10 horas da manhã, no Espaço Alternativo. Dali, o grupo sairá em direção ao aeroporto Jorge Teixeira e depois ingressará na avenida Lauro Sodré, até o Parque dos Tanques, num percurso de aproximadamente quatro quilômetros. O secretário Jobson Bandeira convida a população a participar.
Haverá uma Costela Solidária, gratuita e para participar da comilança, o participante terá que doar um quilo de alimento ou um brinquedo. A primeira edição da ExpoPorto acontecerá de 2 a 6 de outubro (de quarta a domingo), No Parque dos Tanques. O governo do Estado tenta ressuscitar um evento que fez grande sucesso e que, desde 2010 não é mais realizada, nos moldes de expositores, grandes shows e um rodeio internacional, que poderá voltar, com o decorrer do tempo.
TARIFAS AÉREAS PODEM CAIR PELA METADE
A Câmara Federal está prestes a votar uma importante medida, que beneficiará em muito o transporte aéreo brasileiro, certamente impondo um sistema em que as grandes empresas aéreas, que dominam o mercado e impõe preços abusivos nas tarifas, começarão a ter que rever essa posição, obrigadas que serão pela concorrência. O projeto, se aprovado, permitirá o ingresso, em todo o mercado nacional, das empresas aéreas estrangeiras, que praticam tarifas chamadas de “low cost”, ou seja, de baixo custo. Elas não cobram nada por bagagens, desde que o passageiro apenas leve as de mão; não há escolha de assentos e nem serviço de bordo.
Em compensação, o preço da passagem pode cair até 50 por cento. Uma passagem pela Latam ou Gol entre Porto Velho e Brasília, ida e volta, atualmente, pode chegar perto dos 1.600 reais. Pela azul é ainda um pouco mais caro. No sistema Low Cost, o mesmo trecho, ida e volta, cairia em pelo menos 50 por cento. Um dos incentivadores do projeto é o líder da bancada rondoniense na Câmara, o deputado Federal Lúcio Mosquini. Não só ele. Praticamente toda a bancada apoia a ideia. Todos consideram que a concorrência será a única forma de derrubar os preços abusivos das tarifas aéreas. Vamos acompanhar o assunto, que deve ser definido em breve.
PROMESSAS, PROMESSAS…
Por falar em aviões e aeroportos, é bom lembrar que nosso Jorge Teixeira, que de internacional só tem o nome, continua apenas um pouco melhor do que alguma rodoviária mais traquejada em determinadas capitais brasileiras (menos a de Porto Velho, claro, que é uma vergonha!). A internacionalização depende anda do alfandegamento e da instalação de um posto da Polícia Federal.
A promessa de que isso ocorra se arrasta há anos e até agora, não há qualquer indício de que essas inovações sejam implantadas a curto prazo, pelo menos. Além disso, o aeroporto Jorge Teixeira continua sendo motivo de piada. Nele, não se pode enxergar os aviões que chegam e saem. A pista, também, pertence à Base Aérea da Aeronáutica. Enfim, em relação ao Jorge Teixeira, tudo continua também sob muitas promessas e pouca realidade…
NO TRÂNSITO, CADA UM POR SI
Há necessidade urgente de um pacote de ações práticas da Polícia Militar, Detran, Semtran e até a Polícia Rodoviária Federal, contra alguns motoristas e motoqueiros, que estão transformando o trânsito de Porto Velho num verdadeiro inferno. A falta de respeito, a certeza da impunidade, as transgressões absurdas que são ignoradas, a alta velocidade e a falta de sinalização em muitos pontos, facilitam as loucuras.
Na saúde pública, 70 por cento dos casos são de pessoas vitimadas no trânsito. O que se vê são ações isoladas, sem um comando, sem que haja um pacote de medidas tomadas em conjunto, contra o caos que se instala pela cidade. Junte-se a isso a falta de educação generalizada e de respeito aos outros e teremos o resumo da inacreditável situação em que nosso trânsito está jogada. Está na hora de mudar esse quadro dantesco.
ARAS: VITÓRIA POR GOLEADA
Foi uma vitória fácil e marcante para o governo do presidente Jair Bolsonaro. Livre das amarras de uma ala aparelhada do Ministério Público, que impunha aos governos anteriores uma lista tríplice de nomes para a Procuradoria Geral da República, o Presidente foi buscar outra alternativa, fora do grupo que domina o MPF há anos. Escolheu Augusto Aras, um nome longe do esquerdismo e ignorou os protestos das alas que imaginavam que continuariam mandando e desmandando ao seu modo.
Aras obteve 68 votos – só precisava de 41 – e agora é o novo Procurador Geral para um mandato de dois anos. Antes da votação, Aras foi sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Durante a sabatina, Aras criticou temas caros ao governo do presidente Jair Bolsonaro, como a Operação Lava Jato, disse que a Lei de Abuso de Autoridade “pode produzir um bom efeito” e defendeu a legalidade do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – atual Unidade de Inteligência Financeira – informarem casos de irregularidades. Ele substitui Raquel Dodge, que ficou dois anos no cargo. A lista tríplice, ao menos nesse governo, está morta e sepultada.
PERGUNTINHA
Será que nas próximas décadas Porto Velho ganhará, enfim, uma Rodoviária decente, como tem a maioria das Capitais brasileiras?