A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira,25, em parceria com Ministério Público Federal (MPF), a “Operação Pudim” visando dar cumprimento à 15 mandados de busca e apreensão, além de um mandado de prisão preventiva, já cumprido na última quarta-feira, 23, todos expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Porto Velho/RO.
A investigação visa desarticular uma quadrilha responsável pela exploração ilegal de madeiras na região da “Ponta do Abunã”, distritos de Extrema, Abunã e Nova Califórnia), região que pertence ao município de Porto Velho, com a participação de servidores públicos federais e estaduais que recebiam propina para viabilizar a atividade ilegal.
O trabalho de investigação teve início com a apreensão de R$ 4 mil escondidos nos pertences de servidores do Ibama que realizaram fiscalização na região, em agosto de 2016, e telefones celulares, onde foi identificada a existência de grupos de Whatsapp criados na região para alertar a realização de fiscalização de órgãos ambientais, bem como para arrecadar e efetuar o pagamento de propina a diversos servidores, a fim de possibilitar a continuidade do esquema fraudulento de exploração ilegal de madeira na região.
Identificou-se a existência de dois grupos de aplicativos de mensagens utilizados para viabilizar uma rede de proteção a madeireiros criminosos da região, com a arrecadação mensal de recursos que era repassado ao ex-chefe do escritório da Sedam em Extrema, além da contribuição eventual, de acordo com a existência ou não de operação de fiscalização na área, o qual seria rateado entre servidores dos órgãos de fiscalização que participavam do esquema criminoso.
Os indiciados responderão, na medida de sua participação, pelos crimes de associação criminosa (artigo 2º, caput e §§ da Lei nº 12.850/2013), corrupção ativa e passiva (artigos 333 e 317 do Código Penal) e crimes ambientais (artigos 46, 50-A, 68 e 69 da lei 9605/98).
A operação contou com a participação de 60 policiais que cumpriram os mandados nas cidades de Porto Velho/RO, distritos de Extrema e Vista Alegre do Abunã) e Candeias do Jamari/RO.
O termo “Pudim” é alusão ao nome utilizado pelos criminosos do valor arrecadado ilegalmente para pagamento de propina aos servidores públicos.