Acadêmicos do 2º período do curso de engenharia da computação, oferecido pela Unesc em Vilhena, desenvolveram projetos inovadores nas áreas de tecnologia. Os projetos podem ser implementados pelo poder público ou pela iniciativa privada, com a perspectiva de grandes resultados.
Os trabalhos foram apresentados no dia 28, por quatro grupos do curso, e atendem a diversas necessidades, podendo contribuir para a solução de problemas antigos de gestão na saúde pública com iniciativas que passam pelo autoatendimento, ampliação do acesso à internet e até permitir o controle de gastos com energia residencial e comercial com grande precisão.
VULNERABILIDADE DIGITAL
O primeiro grupo apresentou o projeto “Vulnerabilidade Digital”, que visa garantir o acesso à pesquisa digital aos alunos da faixa etária até 14 anos, que atualmente não tem acesso à internet. A proposta é integrar crianças e adolescentes que sofrem de vulnerabilidade digital, ou seja, não tem acesso à internet para efeito de pesquisa digital.
O grupo foi à Escola Maria Arlete Toledo, e realizou pesquisa para identificar o número de alunos que não tem acesso aos meios digitais e constataram que, apesar de uma pesquisa do G1 indicar que o número de pessoas com acesso à internet no Brasil subiu para 70%, há um déficit grande de estudantes da rede pública, que se mantém distantes desta realidade.
ATENDIMENTO HOSPITALAR
Outro grupo criou um projeto de acessibilidade aos atendimentos hospitalares e postos de saúde, diminuindo o tempo nas filas de triagem. Segundo o grupo, através do aplicativo desenvolvido, é possível diminuir o tempo entre a triagem e o atendimento médico.
Há também a possibilidade de verificação antecipada de medicamentos e até pedidos de atestados médicos. Tudo pelo APP, com acompanhamento de profissional qualificado dentro das unidades de saúde. Os Hemocentros também poderão receber inovação através do trabalho científico.
DOAÇÃO DE SANGUE
Outra equipe desenvolveu um aplicativo capaz de eliminar a constrangedora e demorada entrevista inicial para candidatos à doação de sangue, onde são feitas perguntas como se o candidato possui HIV, sífilis e outras doenças que impedem a doação. Muitas pessoas deixam de doar por não se submeterem ao constrangimento.
Com o APP, o candidato pode responder a todas as perguntas em tempo substancialmente menor, além de não ser submetido à entrevista constrangedora. Outro benefício do APP, é que os dados poderão servir para abastecer levantamentos feitos pelo IBGE.
CONSUMO DE ENERGIA
Dentre as novidades tecnológicas, foi criado também um equipamento capaz de monitorar o consumo de energia de residências, empresas e indústrias. É o ESP 8266, um medidor de consumo elétrico que tem como base uma placa minúscula agregando diversos sensores que calculam o consumo e geram informações em tempo real para um APP, com um custo benefício viável. Nele, é possível saber o consumo por equipamento utilizado, por dia ou o consumo do mês, com cálculo final da energia baseado no preço da tarifa vigente.
Segundo a coordenadora do projeto, professora Juliana de Fátima Vizon, o resultado foi muito positivo depois de muitos dias de trabalho e pesquisa dos alunos. “Todos os projetos que vimos aqui hoje podem ser desenvolvidos em grande escala porque certamente atendem a necessidades da sociedade”, enfatizou.
Para a coordenadora geral da Unesc de Vilhena, Anny Sibelly Dias Cury, os projetos integradores têm como premissa dar ampla autonomia para a criatividade dos estudantes que os desenvolvem e é por isso que a Unesc apoia integralmente essas ideias que são a porta de entrada do futuro não tão distante.
“Tanto o projeto do terminal de interligação, o hemocentro, como o aplicativo de autoatendimento em hospitais, por exemplo, traduzem os anseios de um grupo de acadêmicos que, em curto ou médio prazo podem estar em plena utilização pela sociedade. Quem sabe? Não só os projetos do PI da Engenharia da Computação como os demais que pude participar da apresentação podem ser, seguramente, ofertados para a comunidade, o que é um orgulho para esta Instituição”, destacou a coordenadora.
Todos os trabalhos fazem parte do projeto integrador da Unesc, obrigatório em todos os cursos para o desenvolvimento do senso crítico e criativo dos alunos.