Uma grande empresa do estado acabou de fechar seu balanço. Ali estavam expostos seus números, como decorrência de um ano de intensa atividade.
Então me imaginei conversando com o presidente, interpretando juntos o balanço, discutindo e avaliando a performance empresarial de 2019, em comparação com os dois anos anteriores…
Qual a melhor forma de fazer isso? Como interpretar corretamente o balanço patrimonial e a demonstração de resultados do exercício? O que é essencial e secundário nessa análise? Quais os principais índices econômicos financeiros a calcular? Enfim, 2019 foi ou não um bom ano, diante da conjuntura econômica, da ação da concorrência, da taxa de inflação e da estratégia operacional da administração?
Entendo que uma avaliação correta, baseada em critérios técnicos geralmente reconhecidos e aceitos, compreenderia o seguinte:
1.-A primeira coisa a fazer é mensurar o crescimento de suas “vendas”, em 2019, comparativamente ao ano anterior (2018); 2.-A segunda coisa a fazer é comparar o crescimento das vendas com o crescimento dos “ativos”. Em principio, esses dois percentuais devem ser semelhantes. Se os ativos cresceram menos do que as vendas, é provável que isso se deva à distribuição de resultados no exercício ou a eventual venda de ativos; 3.-A seguir deveria ser comparado o crescimento das vendas com o crescimento do “lucro” do exercício. Se o lucro cresceu menos do que as vendas, isso não é bom e precisa ser investigado. Pode ocorrer que o gestor não foi capaz de elevar as margens quanto gostaria. Conter custos e despesas operacionais é uma tarefa bem difícil; 4.-Continuando, você deveria comparar o crescimento anual das vendas com o crescimento do “patrimônio líquido”. Esses percentuais deveriam ser bem próximos. Se o patrimônio líquido não acompanhou o crescimento das vendas e se você não distribuiu lucros, então significa que você não foi capaz de evitar a erosão do seu patrimônio. Tal fato deve ser pesquisado e esclarecido.
Medidas complementares, na análise do desempenho organizacional, seriam: I-Compare o crescimento das vendas e dos principais ativos com a taxa de “inflação”, para saber se houve ou não crescimento real; II-É imprescindível calcular o índice de endividamento e da liquidez corrente, para evitar que vendas maiores impliquem no comprometimento da “saúde financeira” da empresa; III-Assegure-se que o “retorno do investimento” é compatível com os praticados no mercado; IV-Não aceite passivamente a redução do giro dos estoques; V-Acompanhe com atenção a evolução do índice de inadimplência.
A insuficiência de espaço nos impede de estender-nos. Gostaria de incentivar a todos os nossos empresários, de qualquer porte e ramo, a efetuar uma análise destas. Conclusões importantes e oportunas irão aflorar. Não existe ninguém melhor do que você para examinar esses dados, avaliar com critério seu desempenho operacional, identificar oportunidades de correções e ajustes na política comercial e prioridades empresariais. Eu creio nisso !