Os preços do café arábica subiram com força em março, e as altas têm se mantido neste início de abril, mas em menor intensidade. Segundo colaboradores do Cepea, os aumentos são reflexo da demanda aquecida e de preocupações com a oferta.
Em março, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 556,28/saca de 60 kg, avanço de 74,31 Reais por saca (ou 15,4%) em relação à de fevereiro.
Mesmo com o fechamento de cafeterias e restaurantes, a demanda por café segue firme na maior parte dos países consumidores (inclusive no Brasil), devido à estocagem de produtos e ao fato de que as pessoas passaram a consumir mais café dentro dos próprios lares. Esse cenário, por sua vez, tem estimulado compradores a adiantar seus pedidos, aumentando a demanda nos portos.
Do lado da oferta, além das preocupações com possíveis complicações logísticas – especialmente com a redução do número de contêineres disponíveis para a exportação do grão –, a baixa disponibilidade do produto nos países produtores (devido ao período de entressafra) tem levado ao consumo dos estoques de passagem nos tipicamente consumidores.
Quanto ao robusta, as cotações estão oscilando neste início de abril. Os valores mensais da variedade também avançaram em março, mas em menor intensidade do que os do arábica. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 foi de R$ 320,77sc de 60 kg, 4,1% maior do que a de fevereiro. Os fundamentos para a valorização do robusta são semelhantes aos registrados para o arábica.
A demanda mais aquecida e as preocupações quanto à oferta, especialmente depois que o governo do Vietnã ordenou isolamento social de 15 dias, em decorrência da pandemia, o que paralisou as negociações no país e poderia afetar o abastecimento.