Abraham Weintraub tem muitos defeitos. Língua solta, esqueceu-se, por exemplo, que vivemos numa democracia e que chamar ministros do STF de vagabundos é sim um crime! Claro que ele não imaginaria que a gravação com suas palavras se tornaria pública, mas disse e tem que assumir.
Caiu também porque o governo Bolsonaro está fragilizado. Aliás, ele praticamente não conseguiu governar até agora, porque os derrotados de 2018 e os que perderam boquinhas, cargos, poder e, principalmente muito dinheiro, não o permitiram. Mas, igualmente, enfraquece por próprios erros, entre os quais chamar um ministro como Weintraub para seu governo.
O agora ex ministro deve ser um bom papo entre o pessoal da direita; deve ser um companheiro ativo em passeatas e gritos de palavras de ordem contra a esquerda e deve ser, no fundo, um sujeito sonhador, imaginando que um dia suas crenças políticas vingarão no Brasil democrático.
Podem até vingar, mas jamais num país de plena democracia. Weintraub começou a perder para si mesmo, assim como Bolsonaro, o Presidente que agora entra numa fase desesperadora do seu governo, porque criou tantas frentes de confronto, que agora vai ter que começar a ceder para todos os lados, para não ser vítima de impeachment. Medida, que, aliás, já está sendo alinhavada dentro do Congresso, no STF e em outros órgãos importantes do país.
Weintraub caiu também porque chamou para a briga poderosos, como alguns dos ministros-militantes do STF, mas muito mais por ter colocado para as ruas, alguns dos podres de parte do putrefato sistema de ensino superior brasileiro, que, aliás, um dia vai ruir por si mesmo, ressalvadas, é claro, as exceções de sempre. Centros políticos de militância esquerdista, com uma qualidade de ensino sofrível, no geral; antro do domínio de ideologias alienígenas, algumas Universidades são o campo ideal para parasitas do dinheiro público.
Supersalários enchem os bolsos de reitores, mestres, doutores e “técnicos” de todos os níveis, alguns trabalhando metade de que qualquer trabalhador comum. E, com dinheiro em abundância, trabalhando muito menos do que deviam, para preparar as futuras gerações, há sim no contexto do mundo universitário, quem tenha tempo sobrando para fazer política e praticamente só política, claro que, sempre contra o governo e sempre a favor de si mesmos e suas crenças ideológicas.
Weintraub se insurgiu contra isso e virou mais que o demônio. A verdade verdadeira, neste país, passando por todos os setores e pelas universidades públicas também, é que todos falam em mudança, mas o que querem é que tudo continue exatamente igual. A vida deles, de opulência, altos salários e tempo de sobra para transformar as salas de aula em palanques políticos, é algo intocável. Weintraub cometeu muitos erros. O maior deles, o que causou sua queda, foi tentar mexer onde há um só domínio: o dos mesmos de sempre!
CORONA: HILDON APOIA ISOLAMENTO RADICAL
Uma surpreendente entrevista concedida pelo prefeito Hildon Chaves ao programa dos Dinossauros (Papo de Redação, Parecis FM, de segunda a sexta, meio dia às duas da tarde) na sexta-feira, deixou claro que as autoridades do Estado e do Município não estão falando a mesma linguagem, na questão da guerra ao corona vírus.
Ao contrário do governo Marcos Rocha, que autorizou a abertura lenta e gradual de vários setores da economia, Hildon deixou claro que é partidário de um novo lock down, mas dessa vez “pra valer”, segundo suas próprias palavras. Para o prefeito, o isolamento restritivo, expressão criada para substituir o lock down, não trouxe qualquer resultado, simplesmente porque tudo continuou como era antes. Para o Prefeito da Capital, as autoridades dos órgãos de controle, deveriam se posicionar em relação ao novo decreto estadual.
Hildon Chaves acha que só um isolamento social radical, por pelo menos duas semanas, pode ajudar a diminuir os números de contaminados e de mortos na sua cidade. O que não deu certo uma vez, daria certo agora?
“ESTAMOS FAZENDO ERRADO”!
Durante mais de uma hora e meia em que participou do programa com os Dinossauros Domingues Júnior, Everton Leoni, Professor Jorge Peixoto, Beni Andrade e Sérgio Pires, Hildon Chaves falou duro sobre o tema. Disse, por exemplo, que “estamos fazendo errado. Deveríamos ter fechado mais, para agora podermos voltar à normalidade. Do jeito que as coisas estão sendo feitas, a situação corre o risco de piorar. Temos que fazer isolamento social. Temos que atacar a causa do problema”, enfatizou.
Ele informou ainda que a Prefeitura já distribuiu mais de 25 mil pílulas de cloroquina, vindas do governo federal e ainda mais de 45 mil pílulas do antibiótico Azitromicina. E pediu ao governador Marcos Rocha que ele tente conseguir, junto ao governo Bolsonaro, que Porto Velho e outras cidades do Estado recebam mais medicamentos.
O Prefeito também agradeceu o apoio do senador Marcos Rogério e da deputada federal Mariana Carvalho, que, juntos, conseguiram mais 20 respiradores para o atendimento pelo município. Também sublinhou que a bancada federal, como um todo, tem feito um trabalho importante de apoio a Porto Velho.
SESAU RECEBE NOVOS EQUIPAMENTOS
No meio de tantas notícias ruins, de mais gente contaminada, de quase 400 mortes, há também boas notícias. Uma delas é que, a partir desta segunda-feira, as 10 UTIs do hospital Regina Pacis (que o governo chama, por enquanto, de hospital de campanha), já começa a receber pacientes. Outra: vieram de São Paulo e Minas, trazidos em avião do Corpo de Bombeiros, novos equipamentos para atendimento de urgência e emergência a pacientes atingidos pelo corona vírus.
Nesta sexta, chegaram 50 bombas de infusão, compradas no início do ano, pela Secretaria de Saúde, mesmo antes dos primeiros casos da doença no Estado. Também vieram 25 ventiladores mecânicos de alta performance, doados pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Tribunal Regional do Trabalho. Os equipamentos serão distribuídos nos vários hospitais públicos que estão atendendo pessoas afetadas pela doença.
BOATARIA APAVORA COMERCIANTES
Correu por toda a cidade, a partir das redes sociais, o boato de que poderia ser decretado novo lock down em Porto Velho, menos de quatro dias depois da reabertura, em maior escala, do comércio da cidade. Tudo começou com uma nota do Conselho Municipal de Saúde, que agora está silente em relação à crise do corona, pedindo que tudo fechasse novamente.
O prefeito Hildon Chaves apoiou a intenção, mas deixou claro que não tinha tomado qualquer decisão, já que queria ouvir a posição do Conselho Estadual de Saúde sobre o assunto e que continuava valendo a decisão do Estado. Também se ouviu muito sobre eventual intervenção do Ministério Público, que pediria intervenção da Justiça, para a volta ao isolamento radical.
A OAB, no final da sexta-feira, também emitiu nota aconselhando Prefeitura e Governo do Estado e imporem novamente restrição drástica à cidade. No Porto Velho Shopping, que ficou 88 dias fechados, a boataria causou pânico entre os lojistas, que recém voltaram a começar a atender, com todos os cuidados de segurança sanitária. No final de semana, o assunto certamente vai ser ampliado. Fechará tudo de novo? Ninguém tem certeza se a resposta é positiva ou negativa.
EM 90 DIAS, DE UM PARA QUASE 15 MIL CASOS
Há apenas 90 dias atrás, havia apenas um caso de contágio do corona vírus em Rondônia e assim mesmo de um paulista que estava passando pela cidade. Há 60 dias, eram 160 casos, quatro mortes e poucos registros de contágio em Porto Velho. De lá para cá, o vírus se espalhou de forma espantosa. Há um mês atrás, eram menos de 2.500 contaminados, 88 mortos e começava a haver uma preocupação muito grande com o risco de superlotação dos hospitais e das UTIs.
Em apenas um mês, até este 20 de junho, o número de contaminados se multiplicou por seis vezes e o de mortos cresceu 4,5 vezes. Em muitas cidades do interior, os números não são tão assustadores (exceção feita a Guajará Mirim), quanto em Porto Velho. Só para se ter ideia, a Capital tem 10 vezes mais casos do que a segunda cidade mais afetada, Ariquemes. O que acontecerá daqui para a frente?
STF: SENADORES SEM RABO PRESO PROTESTAM
O gaúcho Lasier Martins, do Podemos, é um dos líderes no Senado na busca de investigações sobre a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Numa entrevista à Jovem Pan, nessa semana, ele disse que os processos contra os ministros da Suprema Corte não andam, porque “tem muita gente com o rabo preso”, ou seja, disse que há muitos dos seus colegas que temem enfrentar o poder do STF, porque certamente não querem serem alvos de investigações contra eles. Pelo menos duas dúzias de pedidos de impeachment de ministros estão trancados no Senado, disse Lasier.
Outro senador, o sergipano Alessandro Vieira (Cidadania) exige que o Congresso “restaure os limites democráticos”. Já no ano passado, ele pediu o impeachment dos ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, pela instauração de processos, que, segundo ele, violam as garantias constitucionais. Já o rondoniense Marcos Rogério, campeão de votos na última eleição no Estado, também faz parte do grupo que não teme criticar o STF.
Embora condene as Fake News, Marcos afirmou, sobre caso recente de decisões emanadas do tribunal, que “a decisão do Supremo é uma afronta ao sistema acusatório, uma violência contra o Estado de Direito e uma agressão à paridade de armas igualdade de tratamento entre as partes em um processo judicial)”, protestou. Marcos Rogério, do DEM, é dos que não tem “rabo preso”.
GUAJARÁ RECLAMA DOS EQUIPAMENTOS
No meio de todas as imensas dificuldades impostas pela pandemia, surge mais um problemão para o governo rondoniense e a Sesau resolverem. O deputado federal Lúcio Mosquini está reclamando que equipamentos comprados com uma emenda sua, de mais de 3 milhões e 640 mil reais, que deveriam ser destinados a Guajará Mirim, não o foram, mas sim distribuídos em outros municípios.
O parlamentar esteve com o chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, que garantiu que Guajará tem atenção especial e que o próprio governador Marcos Rocha vai ao município, entregar kits e equipamentos. Mas o prefeito Cícero Noronha está cobrando todo o pacote, que, segundo ele, deveria ter ido apenas para Guajará. “Foi a maior emenda individual já recebida por nosso município e precisamos muito destes equipamentos, porque estamos sofrendo muito com a pandemia”. Guajará tem um grande número de casos e caminha para 40 óbitos. A Sesau já tomou várias medidas de apoio à cidade, mas Mosquini e o prefeito Noronha querem mais equipamentos da emenda liberada.
PL DE LUIZ CLÁUDIO FECHA COM HILDON
No meio da pandemia, pausa para a política. Agora que está praticamente definido que a eleição municipal será em 15 de novembro, com o segundo turno em 25 de novembro, dependendo ainda de aprovação do Congresso, os possíveis candidatos começam a se mexer. Em Porto Velho, é cada vez mais concreta a possiblidade de Hildon Chaves concorrer a reeleição.
Pelo menos é o que deixa claro o PL, partido comandado no Estado por Luiz Claudio, ex deputado federal e hoje secretário municipal da Agricultura da Capital. O partido fechou questão em torno do nome de Hildon Chaves. Anuncia, ainda, que terá pelo menos 42 candidatos à Câmara Municipal, 17 deles de mulheres.
O PL, aliás, tem hoje a maior bancada na Câmara porto velhense e quer ampliá-la ainda mais, nas eleições deste ano. Outros partidos também andam namorando a eventual busca de reeleição de Hildon Chaves. Mas ele, ao menos oficialmente, até agora não disse nem sim e nem não…
PERGUNTINHA
Na sua opinião, um novo lock down ajudaria a diminuir o número de casos de contaminação do corona vírus ou em nada mudaria, como não mudou na primeira tentativa?