Foto: Ilustrativa

A parceria entre a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) vem trazendo novas perspectivas para o cultivo do cacau.

Através do incentivo para produção de mudas clonais, o cacau vem retomando um espaço que já foi seu e Rondônia pode voltar a ser um dos maiores produtores da cultura no país. Somente na região de Ji-Paraná foram distribuídas mais de 65 mil sementes para que produtores familiares produzam mudas de cacau clonal.

Planta nativa da região Amazônia, o cacau já foi um dos produtos mais exportados do Brasil, chegando a gerar 3 bilhões, 618 milhões de dólares no período de 1975 a 1980 (Ceplac). Os maiores produtores são os Estados do Pará, cuja exportação de amêndoas em 2019 chegou a 1,2 milhão de dólares, seguido da Bahia que exportou 619 mil dólares do produto. [Comex, 2020).

Hoje a situação está invertida, somente nos dois primeiros meses deste ano, a Bahia já exportou 414 mil dólares, enquanto o Pará mandou para o exterior 207 mil dólares de amêndoas, mas a expectativa é que, até 2023, o Pará supere a Bahia em produção de cacau.

São esses dois Estados que abastece a maior parte do consumo brasileiro, mas Rondônia já aparece entre os cinco que contribuíram para as vendas. Em matéria publicada no terceiro dia da “Semana do Cacau”, em março deste ano, “dentro do mercado nacional, a maior demanda de importações das amêndoas em 2019 pertenceu ao ranking: 1º Minas Gerais (US$ 214 milhões), 2º São Paulo e 3º Santa Catarina”. Nesse mesmo ranking, aparece na sequência Rio de Janeiro em 4º e Rondônia em 5º.

Com a implantação do projeto de revitalização da lavoura cacaueira no estado, executado pela parceria Ceplac, Emater-RO e Seagri, Rondônia volta a tomar folego na produção de cacau. Hoje já são 12 mil hectares de cacau plantados, quase todos de plantas convencionais que aos poucos estão sendo substituídas pelas plantas clonais, que proporcionam maior rendimento.

Para incentivar essa substituição da lavoura estão sendo distribuídas sementes para a realização de mudas para cavalo (planta que receberá o broto (cavaleiro) no processo de enxertia), para posteriormente fazerem o enxerto com as hastes do cacau clonal. “Nós já fizemos a entrega para distribuição em três dos nossos escritórios regionais: Ji-Paraná, Ariquemes e Vale do Guaporé e já estão previstas as entregas para o dia 1 de julho nos escritórios regionais da Emater-RO de Pimenta Bueno e Rolim de Moura”, diz o engenheiro agrônomo da autarquia, Rafael Cidade.

Segundo, Antônio de Assis Soares Furtado, gerente do escritório regional de Ji-Paraná, que engloba os municípios do Território Central, a região já distribui mais de 65 mil sementes e beneficiou produtores familiares de Vale do Anari, Ouro Preto d Oeste, Rondominas, Nova Colina, Mirante da Serra, Urupá, Estrela do Norte e Nova Londrina. O que se espera é que, com a implantação do cacau clonal substituindo as lavouras convencionais, a produtividade aumente cada vez mais e alavanque o crescimento da produção, elevando Rondônia para os principais produtores de cacau do país.

sicoob

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