Aquele diretor era uma pessoa muito ocupada. Sempre que precisava sair, em suas rápidas viagens, diversas pessoas da firma lhe ligavam em busca de orientação , instrução e esclarecimentos, diante de várias situações operacionais.
Pois bem, recentemente ele precisou se afastar por uma semana, pois estava procurando conhecer e adquirir alguns equipamentos para a fábrica. Nesta ocasião, ninguém lhe ligou. Surpreso com o ocorrido, ele me disse: Fiquei com a nítida impressão de que a empresa não precisava mais de mim; de que eles não dependiam mais de minha ajuda; repentinamente me tornei uma pessoa dispensável.
Ele também afirmou que é melancólico passar por uma situação dessas! De uma hora para outra, e sem planejamento algum, o dono da metade da organização não era mais consultado sobre questões diárias e rotineiras, não faltava dinheiro para pagar as contas, nem ocorriam chamadas telefônicas noturnas. Adicionalmente foi necessário contratar novos funcionários; determinar seus salários; e as indispensáveis e meticulosas entrevistas de admissão com os candidatos, tudo isso feito com naturalidade pelos colaboradores.
Na sua atividade profissional você já passou alguma vez por uma situação dessas? Será que as preocupações daquele diretor procediam ou ele estava exagerando? Enfim, isso era um sinal de sua competência ou incompetência profissional?
O tempo demonstrou que as decisões tomadas na sua ausência foram corretas; que os funcionários contratados eram competentes; que a decisão quanto aos níveis salariais dos contratados foi adequada; que não faltou dinheiro no caixa nem se deixou de pagar os compromissos. Esta não é uma história, nem uma ilustração teórica, mas sim um caso real dentre nossas empresas.
Diversos administradores não delegam por medo de perder poder ou de que decisões erradas sejam tomadas; outros não repartem sua autoridade por receio de que os colaboradores provoquem prejuízos; há aqueles que não compartilham informações básicas por medo que se perca o sigilo; há gerentes que se tornam escravos da firma porque nada se decide sem consultá-los previamente.
Em certas empresas o tempo dos administradores é mal utilizado; tempo precioso é desperdiçado na execução de tarefas burocráticas; a falta de delegação, de controles internos seguros e de planejamento operacional/financeiro emperra o avanço de inúmeras organizações. Não permita que isso aconteça na sua firma.
Espero que o exemplo acima possa estimulá-lo a ser um gerente competente e eficiente. Se os empresários e administradores não tiverem tempo para planejar, viajar, conhecer o mercado e os concorrentes porque estão sem tempo, talvez precisem repensar sua atuação e prioridades.