Onde está a democracia? Os principais candidatos, os dos maiores partidos, alguns dos quais se eternizam no poder, engolem a maior, a mais imensa, a enorme fatia tanto do Fundo Eleitoral quanto do Fundo Partidário. Dos mais de 2 bilhões e 300 milhões, fica clara a distribuição desproporcional aos candidatos.
Os maiores, dos maiores partidos, como sempre, têm muito mais dinheiro. Para se ter ideia, do total de 708 milhões de reais do Fundo Eleitoral, 646 milhões de reais, foram para apenas 4.600 candidaturas. Isso representa mais de 140 mil reais, em números absolutos, para cada um desses grandes.
Já os outros (dos perto de 550 mil), receberão, em média, 191 reais. Há real democracia nesses dados oficiais? Ora, a tendência é que, com mais dinheiro e mais estrutura, os grandões se eternizem no poder, usando dinheiro público, enquanto outros candidatos, alguns com grande potencial de conquistar o eleitoral e fazer muito melhor do que os que estão há décadas no mesmo lugar, têm chances perto do zero. A situação é tão diferenciada, que muitos candidatos, principalmente entre os menores, usam como artifício o argumento que não utilizarão o Fundo Eleitoral. É muito mais negócio eles ficarem contra essa grana ridícula do que recebê-la para, na verdade, fazerem praticamente nada com ela.
Tanto o Fundo Eleitoral quanto o Partidário, foram criados para patrocinar campanhas políticas, como se o povo brasileiro tivesse que ser punido, pagando com parte dos seus tributos, para assistir a campanhas no geral pífia, baseada muitas vezes em promessas que jamais serão cumpridas e em discursos que mudam, até radicalmente em alguns casos, depois que o político é eleito.
Pagamos por um horário eleitoral na mídia que de gratuito nada tem. Pagamos a cada dois anos para vermos nosso País parar em torno de política, quando o que a grande maioria dos brasileiros quer mesmo é trabalhar, ir em frente e deixar a política para a minoria que a adora e vive em função dela. Enquanto tivermos eleições a cada 24 meses, vamos vivendo nessa mentira democrática. Enquanto não for implantada uma legislação eleitoral voltada para o eleitor e não para o eleito, vamos continuar nesse mesmo marasmo, andando para trás.
Fim de Justiça Eleitoral, eleições gerais a cada cinco anos e nada de Fundo disso e Fundo daquilo, é o caminho para que tenhamos um país mais preocupado com seu futuro e menos com a sua classe política. Caso contrário, vamos nos manter nessa roda viva absurda de tanta eleição para tão pouco resultado. Daqui a dois anos tudo se repetirá de novo. Os grandões ficarão com o grosso da grana e os outros, continuarão sonhando em um dia assumir o poder e, também eles, puderem meter a mão em tanto dinheiro. Pobre povo brasileiro!
TERMINA CPI DA ENERGISA. RELATÓRIO FINAL SAI NO DIA 10
Agora, só falta o relatório final! A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energisa foi concluída na sua fase de depoimentos nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa. O clima foi quentíssimo. Os parlamentares da comissão não pouparam críticas durante os depoimentos dos representantes da Procuradoria Geral do Estado; do secretário da Sefin e de dirigentes da própria Energisa.
Houve momentos tensos, mas no geral, muitos esclarecimentos puderam ser ouvidos, de todos os lados. O presidente da CPI, deputado Alex Redano, deixou claro, mais uma vez, que, na sua opinião o contrato com a Energisa deveria ser rompido. O relatório final será apresentado pelo deputado Jair Montes até o próximo dia 10, quando o plenário vai votá-lo. No Parlamento rondoniense, não há praticamente nenhum voto de apoio à empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no Estado.
ROCHA FECHA COM BOLSONARO SOBRE O FUNDO DA AMAZÔNIA
Os críticos podem até não gostar desta ou aquela ação do governador Marcos Rocha. Mas ninguém pode dizer que ele não milita dentro de uma coerência imutável, seguida desde a sua campanha. No caso do Fundo Amazônico, outra vez, Rocha deixou claro, em depoimento à TV Justiça, que está com o presidente Bolsonaro e não abre. Acha que o governo federal está corretíssimo em não aceitar imposição de investidores do Fundo, que querem que o dinheiro continue chegando para engordar cofres de ONGs nacionais e internacionais, que defendem muito mais os interesses estrangeiros do que os reais interesses da Amazônia.
Com seu jeito calmo de falar, Rocha foi objetivo e contundente. Não atacou, não agrediu, não ofendeu aqueles que querem que a grana toda infle os cofres de ONGs e dos que vivem nas gorduras e nos interesses delas. Disse, com clareza, que o Fundo Amazônico deve ser aplicado em programas que beneficiem os pequenos, médios e grandes investidores da região. Ou seja, ao invés de enriquecer bolsos de onguistas, que se deleitam falando em nome da Amazônia, mas todos sabem o que a maioria dessas instituições representa, o dinheiro deveria vir para atender interesses nacionais. Bateu firme, com categoria e mandou seu recado aos malandros que querem dominar a Amazônia e enriquecer nela! As coisas mudaram!
THIAGO FLORES: APOIO IMPORTANTE PARA CARLA REDANO
Aliás, sobre os Redano, uma novidade importante em Ariquemes. A candidatura de Carla Redano à Prefeitura recebeu, neste final de semana, o apoio oficial do prefeito Thiago Flores. O atual Prefeito, aliás, com uma administração extremamente positiva na sua cidade e que teria, sem dúvida, grande chance de se reeleger, usou as redes sociais, para informar à população que vai estar ao lado de Carla, em sua campanha.
Um dos prefeitos que mais se destacou entre os 52 que comandaram cidades rondonienses nesses últimos anos, Thiago optou por não concorrer novamente, inclusive por priorizar questões familiares. Se ele fosse disputar, Carla Redano seria sua vice. No decorrer da campanha, Carla chegou a ser anunciada como vice do candidato Tiziu Jidalias, mas foi tirada do posto dias depois. Liderança importante da sua cidade, junto com seu marido, o deputado Alex Redano, futuro presidente da Assembleia, Carla acabou sendo lançada a Prefeitura.
“NADA CONTRA OS OUTROS, TUDO A FAVOR DELA!”
Ariquemes terá cinco candidatos, mas Thiago optou por apoiar Carla, “por afinidade, por ela ser uma pessoa honesta, correta”, destacando, ainda, a atuação dela como vereadora e presidente da Câmara da sua cidade, “sempre preocupada com os problemas maiores da população”. Embora sublinhe que não vai falar mal de nenhum dos postulantes (“nada tenho contra eles, mas sim a favor de Carla Redano”!), o apoio formal de Thiago pode ser decisivo para a disputa municipal, ainda mais nessa reta final da disputa.
Os principais nomes em Ariquemes, além de Carla, são os do atual vice prefeito Lucas Follador e do empresário Tiziu Jidalias. Thiago Flores, inclusive, se colocou a disposição para apoiar Carla Redano, caso ela seja eleita, com a experiência que ele adquiriu durante os quatro anos em que comandou a Prefeitura da sua cidade. O atual prefeito não está deixando a política. Deve ser candidato a deputado federal em 2022.
AQUILO QUE APELIDARAM DE RODOVIÁRIA É MOTE DA CAMPANHA
Até que enfim! Esquentou um pouquinho a campanha em Porto Velho. E justamente num confronto público entre assessores do governador Marcos Rocha e os do prefeito Hildon Chaves. Como pano de fundo, aquele prédio horroroso quase no centro de Porto Velho, que alguns tem a coragem de apelidar de Rodoviária. O pessoal do Palácio andou criticando Hildon, que é candidato à reeleição, dizendo que a culpa pela obra da Rodoviária(???) não andar é omissão do município.
O pessoal da Prefeitura chiou, dizendo que os palacianos estão defendendo a candidatura de Breno Mendes, por isso atacam o Prefeito e que a culpa da situação do prédio aquele, esse mesmo que alguns chamam de Rodoviária, é do Estado, que não repassa a obra para a Prefeitura. Ou seja, finalmente apareceu alguma coisa para a gente lembrar que tem eleição daqui a 20 dias.
O pano de fundo eleitoral é bom. O que não é bom é o mesmo de sempre: um empurra o problema para o outro e, claro, o problema se eterniza. Quando, afinal, teremos uma Rodoviária digna desse nome, na Capital de Rondônia?
ENVOLVIDOS NOS VÍDEOS DA PROPINA CONTINUAM PRESOS
O domingo completou o primeiro mês da operação policial que culminou com a prisão e afastamento de seus cargos de quatro prefeitos rondonienses (Marcito Pinto, de Ji-Paraná: Glaucione Rodrigues, de Cacoal: Gislaine Lebrinha, de São Francisco do Guaporé e Luizão do Trento, de Rolim de Moura), além do ex deputado Daniel Nery, marido de Glaucione.
As duas prefeitas afastadas, mais Luizão e Daniel Nery continuarão atrás das grades. Nessa segunda, ministro Joel Ilan Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não aceitou mais uma – a terceira – limitar solicitando habeas corpus, pela defesa do quarteto.
O quinto envolvido, o prefeito Marcito Pinto, de Ji-Paraná, não constava no mesmo pedido ao STJ, mas seus advogados também continuam tentando soltá-lo, o que, ao menos até agora, não foi possível conseguir. Todos se envolveram numa série de gravações de vídeos, em que recebiam propina de um empresário. O sexto elemento, o deputado Lebrão, não foi denunciado pela Justiça, embora também tenha aparecido nas filmagens.
RESPOSTA AGRESSIVA NÃO RESOLVE A CRISE DO ARROZ
Como vamos aguentar? Arroz com preços nas nuvens e subindo; carne com custo proibitivo; litro da gasolina custando, em média 4 reais e 57 centavos (apenas desde o final de agosto, o reajuste do combustível já superou os 14 por cento!) e muitos outros produtos, inclusive os de consumo prioritário, subindo pelas paredes? Nos últimos dias, até o presidente Bolsonaro se irritou quando uma pessoa se aproximou dele e pediu “pelo amor de Deus!”, que ele intervisse no preço do arroz.
“A gente não aguenta mais!”, disse o cidadão. Bolsonaro, visivelmente mau humorado, retrucou: “o que você quer que eu faça? Que determine os preços no canetaço?”. Ora, o Presidente não precisava ter dado um coice no pobre brasileiro que foi pedir sua ajuda. Poderia apenas explicar que ele não tem esse poder, porque o que regula os preços é o mercado.
E que a parte do governo, ele já fez: reduziu drasticamente os impostos de importação do arroz. Não há mais como implantar aquela ridículo tempo dos “fiscais do Sarney”, quando a inflação, depois do controle obrigatório, fez explodir os preços. O mercado é quem regula tudo. Se o arroz não baixar, pode-se buscar outras alternativas de alimentos, até que os preços caiam. Afora isso, muito pouco mais.
O PERIGO CONTINUA: FORAM ONZE MORTES EM 72 HORAS
Três mortes no sábado, duas em Porto Velho. Mais duas no domingo, uma em Porto Velho. Seis mortes na segunda-feira, nenhuma na Capital. A pandemia está diminuindo, mas continua ceifando vidas. Foram pelo menos onze óbitos registrados em 72 horas, o que ainda deve preocupar muito o rondoniense que acha que a doença sumiu.
Muita gente anda desrespeitando as regras mínimas de cuidados. Tem gente que se amontoa, como se nada estivesse acontecendo. Boates lotadas, festas com centenas de pessoas, todas sem máscara ou alguma proteção; banhos lotados. Enfim, em vários pontos da Capital, mas também em muitas cidades do interior, há um relaxamento nas medidas necessárias para que não se espalhe novamente a Covid 19. Os números são bons (63.788 recuperados, num universo total de 70.800 que foram infectados. Mais de 226.500 testes realizados; apenas 165 internados.
Já temos mais de uma centena de UTI vazias. Mas é sempre bom registrar e lamentar: até a segunda-feira, tínhamos 1.442 mortes. Não se pode imaginar que o coronavírus tenha ido embora, de uma hora para outra. Ele está aí, entre nós. Continua contaminando pessoas (foram 139 casos novos, na segunda, conforme o Boletim 221) e matando. Muito cuidado!
PERGUNTINHA
Afinal de contas, teremos uma vacina que pode ser considerada realmente eficaz contra o coronavírus ou vamos esperar que os políticos continuem brigando, enquanto nós morremos?