Foto: Ilustrativa

O PIB do agronegócio brasileiro subiu com força ao longo de 2020 e acumulou avanço recorde de 24,31% no ano, de acordo com cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Diante disso, o PIB do agronegócio brasileiro alcançou participação de 26,6% no PIB brasileiro, contra 20,5% em 2019. Em valores monetários, o PIB do País totalizou R$ 7,45 trilhões em 2020, e o PIB do agronegócio chegou a quase R$ 2 trilhões.

Segundo pesquisadores do Cepea, o PIB do setor cresceu lentamente em abril e em maio, devido aos impactos negativos da pandemia de covid-19 sobre diferentes atividades do setor, mas houve forte aceleração de junho em diante, culminando nesse crescimento recorde observado.

Em 2020, o PIB teve alta para todos os segmentos do agronegócio, até mesmo para a agroindústria, que foi o segmento mais afetado pela pandemia. Especificamente, as variações no ano foram de 6,91% para os insumos, de 56,59% para o segmento primário, de 8,72% para a agroindústria e de 20,93% para os agrosserviços. Ademais, o excelente desempenho foi registrado para os dois ramos: o agrícola teve alta de 24,2% e o pecuário, de 24,56%.

Para os agrosserviços, o resultado positivo do PIB refletiu, primeiramente, a continuidade do abastecimento do mercado doméstico pelo agronegócio e o excelente desempenho do setor em termos de exportações – implicando grande uso de serviços de comércio, transporte, armazenagem e também outros serviços. Quanto ao segmento primário do setor, o importante crescimento do PIB esteve atrelado aos preços maiores na comparação com 2019 e à maior produção anual, com colheita recorde de grãos, safras maiores também para o café, a cana-de-açúcar e o cacau e expansão da produção de aves, suínos, ovos e leite.

Pesquisadores do Cepea destacam, contudo, que, no caso da agricultura, parte do expressivo crescimento se tratou de uma recuperação. A renda real do segmento primário agrícola recuou 20% de 2017 a 2019, mesmo com a produção tendo crescido quase 20%, devido ao movimento desfavorável de preços. Além disso, para alguns grãos, o uso de modalidades de comercialização que envolvem venda antecipada tem sido intenso, e, por isso, muitos produtores não se beneficiaram ainda com a forte alta dos preços ao longo de 2020, especialmente porque o aumento mais intenso ocorreu quando a maior parte da safra já havia sido negociada.

Outro ponto importante destacado por pesquisadores do Cepea é que os custos de produção também subiram, embora não nas mesmas proporções dos preços dos produtos. A questão dos custos foi mais marcante na pecuária: além dos insumos de alimentação, que estiveram expressivamente encarecidos já que os grãos operaram em patamares recordes, no caso da pecuária de corte, deve-se destacar também as fortes elevações do bezerro e do boi magro

sicoob

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