Hildon Chaves / Foto: Divulgação

Durante coletiva de imprensa realizada na tarde de terça-feira 23, em Porto Velho, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero), através do Departamento de Fiscalização, apresentou em detalhes as irregularidades encontradas nas UPA’s da Zona Leste e Sul da capital.

Apesar da UPA Sul se tornar ponto de referência de Covid-19, a UPA Leste absorveu a demanda e, no momento da vistoria, apresentou atendimento exclusivo de pacientes com suspeita da doença. A classificação tem sido feita apenas identificando entre fichas amarelas e vermelhas. Chama atenção a falta de medicamentos essenciais para a manutenção de pacientes em estado de internação, bem como alguns da farmácia básica.

De acordo com o médico fiscalizador, Lucas Levi Sobral, nota-se o baixo número de profissionais para assistir aos pacientes internados. “Na UPA Zona Leste especificamente, visitada nesta segunda-feira 22, havia no momento, disponíveis o número de 36 leitos. Porém alguns eram macas ou cadeiras improvisadas. Em média, cinco médicos para cada jornada de trabalho em regime de plantão, contudo, a setorização da unidade não permite supervisão constante em todos os campos pelos médicos”, destacou.

Semelhante ao encontrado na fiscalização do dia 11 de março na Zona Sul, a UPA Leste também se transformou em unidade de terapia semi-intensiva e da mesma forma não há respeito da distância entre leitos de dois metros, não há a presença de profissional fisioterapeuta e nem mesmo de assistência nutricional e terapia nutricional.

“O que existe são fisioterapeutas voluntários de instituições de ensino, e que não conseguem atender toda a demanda. Quanto à terapia enteral e parenteral, os familiares deixam alimentos na unidade para cada paciente, havendo doações insuficientes para as necessidades”, acrescentou o presidente do Cremero Robinson Machado.

PROVIDÊNCIAS

Em resumo, tanto a UPA Leste quanto a Sul se faz urgente a necessidade de correção das irregularidades, visto a fragilidade da dinâmica de atendimento e escala de profissionais reduzida.

Como em todas as fiscalizações, o relatório foi encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (SEMUSA) e ao Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO).

“A partir do recebimento, eles têm cinco dias para responder às recomendações. E a partir disso, 30 dias executar as adequações. Nossa preocupação se soma ao agravamento de todos esses fatores somados ao momento de pandemia em que todos recursos e insumos têm sido escassos e buscados por todo o país”, finalizou Robinson Machado.

sicoob

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