O vice-presidente Hamílton Mourão afirmou, nesta quarta-feira (16), que o presidente Jair Bolsonaro deverá assinar entre hoje e amanhã do decreto da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para combater crimes ambientais na Amazônia.
Essa etapa é necessária para formalizar a operação. Inicialmente, o governo rascunhou uma operação militar em 11 municípios amazônicos para combater o desmatamento, mas a estratégia foi ampliada e deverá atingir 25 cidades
“É um decreto de uma página, agora o presidente está viajando hoje. Não sei se vai conseguir assinar hoje, se não assina amanhã. […] Começa com 2 meses e, se for necessário, a gente estende. Serão R$ 25 milhões por mês em 25 municípios. Aumentamos para esses 25 municípios que englobam 89% do desmatamento que a gente está acompanhando”, explicou Mourão, que também é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal.
Questionado pelos jornalistas se, até o final do ano, haverá uma resposta aos países mais críticos aos crimes ambientais na Amazônia, Mourão disse que o governo trabalha para dar uma satisfação à sociedade.
“A gente tem que dar um jeito nisso aí. É minha tarefa. Vamos pelear até o final para mostrar à sociedade e ao mundo que nosso governo não está de braços cruzados, assistindo à criminalidade avançar na Amazônia. A gente também tem que fazer tudo o que é possível para que as pessoas que vivem na Amazônia tenham condições de gerar renda e não viver em situação difícil, o que termina em destruição da floresta”, afirmou.
Quanto à imagem do Brasil no exterior depois dos crimes ambientais dos quais o ministro Ricardo Salles é suspeito, Mourão desconversou e disse que se trata de uma questão pessoal do comandante do Ministério do Meio Ambiente.
“Essa questão não tenho conversado mais com os embaixadores […]. A União Europeia está num momento, principalmente os países mais críticos, ainda enfrentando pandemia e temos eleições na Alemanha e eleições na França. Então, tem muita coisa acontecendo. Tivemos essa última reunião do G7, onde […] se falou um pouco de sustentabilidade, mas não foi muito. Então, está meio em banho-maria a imagem do Brasil e a situação internacional”, finalizou.
Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, tinha anunciado em fevereiro o fim da Operação Verde Brasil 2, a qual encerrou em 30 de abril. Na ocasião, porém, o vice-presidente havia sinalizado que, se fosse necessário, os militares seriam novamente acionados.
O efetivo militar ainda está sendo calculado para aquela que deverá ser um tipo de “Verde Brasil 3”. A força militar deve ser inferior àquela utilizada entre o ano passado e este ano.
As ações vão se concentrar em locais onde, historicamente, ocorrem os maiores índices de queimadas e desmatamento. Na relação inicial, havia 11 municípios prioritários: São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, Pacajá, Portel, Itaituba e Rurópolis, todos no Pará; as regiões de Apuí e Lábrea, no Amazonas; a região de Colniza, no estado do Mato Grosso; e Porto Velho, em Rondônia.
Na operação Verde Brasil 2, que ocorreu entre maio de 2020 e abril de 2021, foram aplicados R$ 410 milhões, segundo Hamilton Mourão. Quando a iniciativa foi encerrada, o governo anunciou o Plano Amazônia 21/22, que já previa a continuidade de operações nas áreas prioritárias.