Dado o escândalo nacional que decorreu da aprovação, nesta quinta-feira, 15, o Extra de Rondônia buscou informações com a bancada federal na Câmara dos Deputados para apurar os motivos pelos quais os representantes do Estado votaram contra ou a favor da matéria.
Ressalte-se que o tema não foi votado de forma independente, sendo inserido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, fato que para alguns dos deputados de Rondônia acabou limitando suas pretensões a respeito da matéria (leia mais AQUI).
Porém, cabe destacar que na verdade houve pedido de destaque do assunto na votação e que, apesar do voto naquela situação ser simbólico, era possível manifestar oficialmente posicionamento contrário ao aumento, coisa que um dos integrantes da bancada rondoniense o fez.
Votaram favoráveis ao aumento, que triplicou o montante de verbas públicas a serem gastas exclusivamente para se fazer política, o que irá disponibilizar quase R$ 6 bilhões para aplicação com tal fim, os seguintes deputados rondonienses: Jaqueline Cassol (PP), Mariana Carvalho (PSDB), Lúcio Mosquini (MDB), Silvia Cristina (PDT) e Coronel Chrisóstomo (PSL).
Os que votaram contra foram Mauro Nazif (PSB), Expedito Netto (PSD) e Léo Moraes (Podemos). Destes, quatro usaram redes sociais para justificar o voto: Nazif, Moraes, Silvia Cristina e Chrisóstomo.
Por sua vez, Jaqueline Cassol enviou sua justificativa ao site ainda na sexta-feira, 16. Lúcio Mosquini falou por aplicativo de mensagem nesta tarde de sábado, 17. Já os deputados Expedito Netto e Mariana Carvalho nem tocaram no assunto em redes sociais e não atenderam ao contato do Extra.
>>> Abaixo, o posicionamento manifestado pelos integrantes da bancada rondoniense que falaram sobre o assunto.
MAURO NAZIF (VOTOU NÂO)
“Na tarde desta quinta, 15, Nazif votou contrário a LDO que inclui o aumento do fundo partidário para R$ 5,7 bilhões, por entender que não é justo isso, neste momento difícil da sociedade, com a Covid- 19 e a alta taxa de desemprego. Não bastasse essa votação nominal, houve também votação simbólica, em que somente os líderes votam, então, Nazif encaminhou ofício à Mesa Diretora posicionando ser contrário”.
LEO MORAES (NÃO)
“Meus amigos, o que aconteceu na Câmara Federal e no Senado nesta quinta-feira, 15, ultrapassa o absurdo, fica até difícil definir o tamanho dessa atrocidade. Parlamentares das duas casas deram um duro golpe na população, que está passando fome, sem renda, desempregadas; sendo que a gasolina, energia, plano de saúde, alimentos, tudo está caro. E o que os parlamentares fazem em contrapartida? Aprovam o aumento mais uma vez do Fundão Eleitoral. Fiz minha parte, assim como fiz em 2019: VOTEI CONTRA! Estão fazendo reformas, privatizações, com a justificativa de que o Brasil está “quebrado”, mas ao mesmo tempo fazem isso? Não é nenhum pouco coerente”.
EXPEDITO NETTO (NÃO)
Não tocou no assunto em redes sociais e não atendeu ao contato do Extra de Rondônia.
SILVIA CRISTINA (SIM)
“Quero aqui deixar meu total repúdio às regras que foram colocadas que elevam os valores do fundo eleitoral. É um absurdo esse aumento, um escárnio. Foi tentado alteração através de destaques, porém não conseguimos alterar. Mas iremos tentar de outras formas até a aprovação do orçamento para 2022 reduzir esses valores ou ainda que o Presidente possa vetar esse inciso que é prejudicial, ainda mais em um momento tão difícil que passamos”.
CORONEL CHRISÓSTOMO (SIM)
O deputado apresentou nas redes sociais imagem de ofício encaminhado à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, manifestando sua negativa na aprovação deste quesito da LDO no voto em separado que aconteceu na sessão. Contudo, seu voto aparece como “Sim”.
LÚCIO MOSQUINI (SIM)
“LDO não é orçamento, ela é uma diretriz, um ponto máximo que uma ação orçamentária poderá atingir. Nesse contexto posso te garantir que o recurso para o fundo eleitoral que será REALMENTE votado em dezembro de 2021 quando da votação da LOA, (Lei Orçamentária Anual) deverá permanecer como está hoje, no mesmo valor, sem acréscimo. Dentro da LDO estava todo o orçamento do Brasil (saúde, educação, esporte, bolsa família, estradas, defesa…e também as despesas da Justiça eleitoral). Meu voto foi a favor do orçamento geral e não exclusivamente a favor do aumento do fundo”.
JAQUELINE CASSOL (SIM)
“O Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) não teve uma votação específica. Ele estava inserido na Lei de Orçamento, que é a lei que dita todas as regras para a construção do Orçamento Federal para o ano que vem. Sem a Aprovação da LDO o Governo Federal não pode mexer no dinheiro da União dar continuidade aos programas sociais e de saúde, como o Auxílio Emergencial. O aumento do FEFC foi incluído pelo relator e a votação aconteceu em globo, ou seja, não havia como votar o orçamento da saúde e não votar o Fundo de Campanha, por exemplo. Um ficou atrelado ao outro. Se a votação fosse específica, certamente eu teria sido contra o aumento. Mas nesse caso, preferi ser favorável aos 57 programas e 223 ações que o LDO colocou como prioridade para 2022. Ações como primeira infância; Programa Nacional de Imunização; e ampliação da infraestrutura da rede de atendimento oncológico”.
MARIANA CARVALHO (SIM)
Não tocou no assunto em redes sociais e não atendeu ao contato do Extra de Rondônia.