A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso Edilene Vieira da Silva e indiciou o ex-vereador Obadias Ferreira da Silva por feminícidio, em Ji-Paraná (RO).
Obadias é suspeito de matar e enterrar a vítima, que era sua amante, em uma cova de três metros na frente da casa de campo da família.
O delegado Júlio César de Souza Ferreira contou à Rede Amazônica, nesta sexta-feira (6), que o ex-vereador foi indiciado por homicídio (com quatro qualificadoras).
“Primeiro, pela ordem, por femínicidio. Também porque a morte foi por asfixia; ele mesmo confessa que foi por estrangulamento. Foi pra ocultar crime anterior, no caso estelionato. E foi mediante dissimulação que dificultou a defesa da vítima. Então essas qualificadoras do crime de homicídio que ele foi indiciado”, disse o delegado.
Também foi indiciado por estelionato continuado, já que o suspeito, fez promessas vazias à vítima.
“Ele conseguiu obter dela uma razoável quantia em dinheiro. Pela movimentação bancária, a vítima retirou R$ 30 mil. Parte desse dinheiro foi para o ex-vereador. Nós temos uma nota fiscal, por exemplo, de R$ 600 em material de construção que foi comprado por Edilene para Obadias”, afirma o delegado.
Ainda conforme a Polícia Civil, o ex-vereador também vai responder por ocultação de cadáver e lavagem de capitais.
“O indiciado, após matar a vítima, enterrou o corpo dela em um buraco que ele mandou cavar três dias antes na chácara da família em Ji-Paraná”, disse Júlio César de Souza Ferreira.
Prisão do vereador
A prisão do ex-vereador aconteceu no início de julho, durante a operação Mendax, que investigava o desaparecimento de Edilene desde 13 de abril.
Enquanto os agentes cumpriam mandados de busca em Ji-Paraná, Obadias acabou se contradizendo no depoimento e confessou que matou a amante e enterrou o corpo na frente da casa de campo da família.
Depois de revelar o homicídio, o ex-vereador então decidiu levar os policiais à propriedade rural onde enterrou a vítima de 29 anos.
Foi usado uma pá-carregadeira para escavar a área por cerca de sete horas e a ossada de Edilene foi encontrada em uma profundidade de três metros. No buraco foram encontrados outros objetos pessoais da vítima, como capacete de moto e a bolsa com documentos pessoais.
À época da prisão, o ex-vereador afirmou que ‘perdeu’ a cabeça e matou a vítima em legítima defesa, pois ela teria lhe agredido.
No dia 22 de julho, a Polícia Civil realizou a constituição do crime na chácara onde o corpo foi achado enterrado.