A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou no boletim epidemiológico semanal sobre a covid-19, na noite de terça-feira (31), que incluiu uma nova cepa do SARS-CoV-2, batizada de Mu, na lista de ‘variantes de interesse’.
A variação foi encontrada pela primeira vez na Colômbia, em janeiro de 2021.
A preocupação se dá porque a variante tem mutações que podem indicar resistência às vacinas e mais estudos serão necessários para entender suas características, explicou a organização.
Todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que causa a covid-19, sofrem mutações com o tempo, e a maioria delas tem pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. Porém, algumas mutações podem afetar as propriedades do vírus e influenciar, por exemplo, na capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia de vacinas, medicamentos ou outras medidas para combatê-la.
O surgimento em 2020 de variantes que apresentavam risco agravado à saúde pública global levou a OMS a caracterizá-las como “de interesse” ou “preocupantes”, a fim de priorizar as atividades de vigilância e pesquisa em nível global.
A entidade adotou as letras do alfabeto grego para nomear as variantes e assim facilitar a identificação para o público não científico e evitar a estigmatização associada ao país de origem.
Quatro das variantes foram classificadas pela OMS como “preocupantes”, Alfa, Beta, Gama e Delta. Enquanto cinco foram classificadas como “de interesse”: Eta (detectado vários países em dezembro de 2020), Iota (encontrado nos EUA em novembro de 2020), Kappa (detectada na Índia em outubro de 2020), Lambda (surgida no Peru em dezembro de 2020) e, agora, a Mu.
A nova cepa de interessa foi detectada na Colômbia em janeiro passado e, desde então, foi encontrada em outros países da América do Sul. Além de que foram relatados surtos da Mu e B.1.621 também foram relatados em partes dos EUA e na Europa.
“Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados tenha diminuído e atualmente seja inferior a 0,1%, sua prevalência na Colômbia (39%) e no Equador (13%) aumentou constantemente”, observou a OMS.
“A prevalência relatada deve ser interpretada com a devida consideração de capacidades de sequenciamento e oportunidade de compartilhamento de sequências, que variam em ambos países. São necessários mais estudos para compreender as características fenotípicas e clínicas dessa variante. A epidemiologia da Mu na América do Sul precisa ser monitorada, particularmente, com a co-circulação da Delta”, completa a Organização no relatório.