Há cerca de um ano atrás, conversando com um empresário e amigo, ele me disse que estava perdendo o interesse de trabalhar com o planejamento dos negócios.
São tantas planilhas, tanto acompanhamento, tantas inconstâncias do mercado, tantas variáveis… Estou em dúvida se vale a pena. Concluindo ele afirmou que estava pensando em deixar de planejar sua evolução empresarial. Isso é muito triste. Você já passou por uma situação dessas?
Durante esta semana, enquanto fazíamos o fechamento das atividades e a emissão dos relatórios gerenciais, do mês passado, concluímos o seguinte: 1-O faturamento foi de R$ 1.000.000; 2-Os custos e despesas operacionais importaram em R$ 1.088.400; e 3-O montante dos encargos financeiros totalizava R$ 223.100.
Portanto, houve uma falta de caixa da ordem de R$ 311.500, a qual está assim composta: 1.000.000-1.088.400-223.100 = (311.500), ou seja, 31,15 % do total das receitas. Isso é insustentável e inaceitável.
Então perguntei ao diretor o que estava fazendo para corrigir o problema. Ele convocou o responsável pela área de vendas e encarregou-o de arrecadar, com rapidez, o montante de recursos faltantes (R$ 311.500), mediante o recebimento antecipado dos clientes integrantes da carteira de pedidos pendentes. Você está acompanhando bem estes números?
A vida empresarial é assim mesmo. O surgimento de problemas é uma constante. A administração, por outro lado, precisa estar atenta para não deixar deteriorar suas finanças. Isso pode ocorrer pela negligência de uns ou mesmo pela displicência de outros.
Aquela foi uma decisão correta. O trabalho empresarial deve ser executado por equipes e não por indivíduos. Não basta vender; é necessário dispor dos recursos financeiros, no tempo oportuno, para que a organização prossiga. Com alguma frequência encontramos empresas onde um setor vende e o setor financeiro tem a responsabilidade de correr atrás do dinheiro, a fim de manter os pagamentos em dia. No mês de dezembro a situação irá piorar, porque as vendas cairão enquanto que as despesas se manterão nos mesmos níveis. Isso provocará, com certeza, um déficit ainda maior. O sinal vermelho acendeu.
O planejamento operacional e o fluxo de caixa são fundamentais na gestão dos negócios. Seria uma temeridade pretender administrar uma empresa sem profissionalismo e planejamento. O planejamento tem a grande virtude de trazer do futuro para o presente, os problemas, sejam eles operacionais e/ou financeiros. O fluxo de caixa deve complementar o planejamento operacional.
Empresas organizadas não abrem mão deles. Se já é difícil enfrentar a atual e adversa conjuntura econômica, empregando o planejamento, imagine como fazer isso sem essas importantes ferramentas. Seria o caos!
Conclusão: A experiência tem demonstrado que o planejamento operacional e financeiro são de vital importância. Suas vantagens são enormes, mesmo a despeito da imprevisibilidade dos negócios e da conjuntura. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.