Alguma vez você, na vida profissional, já cometeu um erro elementar? Como pude fazer isso ou ter deixado de fazer aquilo, apesar de uma ampla e diversificada experiência anterior junto a várias empresas?
Este ano tive o desprazer de confessar um erro meu, como consultor daquela empresa. Fiz isso junto a um dos diretores, há poucas semanas. Muitas organizações, no período que vai de dezembro a janeiro do ano seguinte, experimentam uma redução do volume de vendas. Por outro lado, a maioria delas, no final do ano, fica sobrecarregada com o 13º salário, encargos sociais e diminuição das receitas.
Diante desses fatos, era evidente que nesse período do ano iríamos ter dificuldades no aspecto financeiro. O que eu deveria ter feito e não fiz, era preparar um detalhado fluxo de caixa, cobrindo esse período.
Deve ser ressaltado que possuía todos os números e informações necessárias para fazer um belo trabalho, inclusive o tempo necessário. Tinha condições de identificar quando iria faltar dinheiro e até o montante provável. Tudo indicava que, forçados pelas circunstâncias, teríamos de recorrer a um pequeno empréstimo bancário. Foi uma omissão inaceitável.
E quando chegou dezembro fomos surpreendidos com os números. E em janeiro o problema se repetiu e acentuou, em parte devido a uma generalizada redução do mercado. Nesta região, parece que os clientes resolveram parar de comprar e nossos concorrentes resolveram pisar no freio, por tempo indeterminado. São os tradicionais altos e baixos do mercado.
Tivemos então de montar um plano de ação emergencial com ações corretivas, inclusive fazer promoções de alguns produtos e revisar as ferramentas de vendas, para restaurar nosso caixa.
Deveríamos ter feito algo e inexplicavelmente não fizemos. Deveríamos ter antecipado um problema e não fizemos isso. De posse de um adequado planejamento, poderíamos ter minimizado o problema ou então ter encontrado soluções alternativas para ele.
Ficou a lição. Triste lição. O pecado da omissão. Inúmeras coisas são esperadas de nós, no aspecto profissional, tais como atitudes e posturas compatíveis. E por uma ou outra razão, acabamos decepcionando nossos superiores.
Registro isso para lembrar que todos nós, a começar por mim, precisamos ser melhores administradores, tanto na normalidade quanto na crise. Isso é direito das empresas; é dever dos funcionários, da gerência e dos prestadores de serviço.
Não podemos ser omissos; pelo contrário, precisamos usar o planejamento e nos envolver mais em todas as questões. Erros operacionais trazem consigo custos financeiros. Se cada um, na sua função, tiver este comportamento, as empresas sofrerão menos. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.