Era uma alegre e descontraída reunião de gerentes. Num dado momento, o instrutor entregou a todos uma folha contendo as dez principais atribuições de um gerente ideal.
Ele fez isso com base na sua experiência anterior. A nota atribuída por ele, a cada uma das diferentes atribuições, foi exatamente a mesma: 9,50 !
Enquanto todos observavam os detalhes da planilha, ele lançou um desafio para o grupo, pedindo a cada gerente que fizesse sua auto avaliação profissional, item a item, inclusive atribuindo-se uma nota (de zero a dez) por item.
Aquele desafio impactou as pessoas. Ter a coragem de declarar, em público e em especial diante de alguns colegas de níveis hierárquicos inferiores, quais eram seus pontos fortes e fracos, inclusive mensurando-os, não era uma tarefa fácil para nenhum deles.
Para surpresa, todos concordaram em participar deste exercício. Então começaram, um a um, a externar sua nota de avaliação. Em poucos minutos o quadro de notas ficou completo.
Inicialmente chamou minha atenção o fato de que o gerente mais novo (na função) atribuiu-se notas elevadas, em alguns quesitos, creio eu por desconhecer a profundidade e extensão de suas atribuições profissionais.
De igual forma, um dos gerentes mais brilhantes e dinâmicos, ao fazer sua auto-avaliação, usou de conservadorismo, atribuindo-se notas sabidamente baixas, porque entendia que precisava ainda evoluir em vários aspectos. Em outras palavras, suas notas deveriam constituir-se num lembrete de que ainda estava distante de um desempenho excelente!
Interessante notar que também participavam da reunião alguns funcionários de outros níveis hierárquicos. E para surpresa de todos, eles começaram a anotar as notas uma a uma, à medida que eram citadas. Seu interesse pelo assunto foi enorme e marcante, diante dessa inusitada pesquisa. Eles compreenderam, valorizaram e procuraram se beneficiar, tanto quanto possível, da oportunidade de participar.
Os objetivos centrais deste exercício foram avaliar publicamente: 1-A capacidade e habilidade dos gerentes; 2-Como estava o desempenho de suas filiais; 3-Identificar as limitações pessoais de cada um, para poder corrigi-las; 4-Expor seu conteúdo interior, diante de colegas, sem receio de críticas e censuras.
Então me pergunto: Qual é o clima de trabalho reinante em nossas empresas? Estamos preparados para desafiar nossos gerentes e supervisores a participar de uma experiência dessas?
A avaliação periódica funcional é um poderoso e insubstituível instrumento de gestão. Empresários e administradores, que já tiveram uma experiência destas, compreendem o que falo. As empresas precisam de uma adequada visão profissional e de inovação constante, se aspiram alcançar a excelência. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.