Após a repercussão da matéria divulgada nesta sexta-feira, 22, pelo Extra de Rondônia, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Vilhena divulgou nota explicando o caso de Nayara Simão de Paula, de 28 anos, grávida de gêmeos, internada no Hospital Regional de Vilhena, que aguarda remoção aérea.
A justiça concedeu uma liminar, na manhã deste sábado, 23, para que Nayara seja transferida, imediatamente, em UTI aérea para Porto Velho (leia mais AQUI e AQUI).
Contudo, conforme a nota da Semus, laudo emitido por médicos responsáveis pelo atendimento alertam que “o deslocamento representa risco adicional à mãe e aos bebês, tendo em vista o quadro gravíssimo de saúde da paciente e a prematuridade dos bebês, cada um com pouco mais de 500 gramas de peso e apenas 24 semanas de vida intrauterina”.
A nota informa, ainda, que “na tarde deste sábado, a família optou por ir a Porto Velho. O transporte aéreo continua solicitado, normalmente, e os médicos da Crue (Central de Regulação de Urgências e Emergências) do Governo do Estado farão o transporte da paciente após assinatura de Termo de Responsabilidade pela família aceitando os riscos do transporte, mesmo em face das ressalvas médicas”.
Em contato com o Extra de Rondônia, no início da noite deste sábado, Deyvid Vieira da Silva, esposo de Nayara, disse que houve problemas e a aeronave deve chegar no final da noite à Vilhena para que a gestante seja transferida até à capital.
>>> LEIA, ABAIXO, A NOTA NA ÍNTEGRA DA SEMUS E O RELATÓRIO MÉDICO:
A remoção da paciente foi evitada pelo Governo do Estado com base em recomendação médica, pois o deslocamento representa risco adicional à mãe e aos bebês, tendo em vista o quadro gravíssimo de saúde da paciente e a prematuridade dos bebês, cada um com pouco mais de 500 gramas de peso e apenas 24 semanas de vida intrauterina. O diagnóstico apontando os riscos deste transporte está descrito em laudo emitido pelos médicos vilhenenses responsáveis pelo atendimento, que estão dando todo o suporte possível à mãe.
No documento (em anexo), fica evidenciado pela equipe médica que o quadro é “gravíssimo” e que “a única possibilidade de remoção seria um transporte aéreo, com uma equipe habilitada para tal atendimento, e mesmo assim não é possível gerar garantias da efetividade da remoção, pois devido ao quadro, os bebês podem nascer durante o vôo e sofrerem consequências tanto por causa da altitude quanto da dificuldade de estabilização, pois a mesma é limitada dentro de uma aeronave”.
A secretária municipal de Saúde, Weslaine Amorim, esteve em contato com a família, bem como a equipe médica, e os familiares compreenderam que a remoção coloca em risco a vida da mãe e dos bebês. Durante a manhã foi considerada a possibilidade de realizar parto normal em Vilhena para que, então, fosse feita a remoção da mãe e dos bebês prematuros de 24 semanas para Porto Velho, que dispõe de UTI Neonatal.
Contudo, na tarde deste sábado, a família optou por ir a Porto Velho. O transporte aéreo continua solicitado, normalmente, e os médicos da Crue (Central de Regulação de Urgências e Emergências) do Governo do Estado farão o transporte da paciente após assinatura de Termo de Responsabilidade pela família aceitando os riscos do transporte, mesmo em face das ressalvas médicas.
Neste contexto, uma ação contra o Estado e consequente decisão judicial em favor do transporte aéreo foram feitas. Contudo, como explicado anteriormente, a negativa de remoção por parte do Governo do Estado não envolveu aspectos logísticos ou financeiros, mas sim foi evitada por causa das recomendações médicas contrárias ao transporte, que não garantem a segurança plena dos bebês e da mãe.
Originária de Colorado do Oeste, a paciente fez ultrassom particular em Cerejeiras, foi encaminhada então para o hospital em Cerejeiras, depois para o hospital de Colorado, então veio para Vilhena sem regulação, através do sistema de “Vaga Zero”, já em trabalho de parto e com gravidez de risco, de seis meses. Está sendo assistida e, mesmo considerando o risco altíssimo, recebe os atendimentos necessários para aguardar em segurança o avião para buscá-la. A secretária municipal de Saúde de Colorado do Oeste, Rivânia Cassya, acompanha o caso de perto também.
Em Vilhena foi realizada tocólise (supressão do trabalho de parto) e maturação pulmonar fetal (utilização de fármacos para acelerar o desenvolvimento pulmonar dos bebês preparando-os para o nascimento prematuro). Com isso, conseguiu-se a inibição das contrações uterinas, o que mantém o quadro estável no momento. No entanto, a dilatação é impossível de ser revertida e o parto deve acontecer logo. A paciente está lúcida e orientada, em repouso no leito, com bolsa amniótica íntegra, batimentos dos bebês em estado normal e saturação do ar adequada na respiração.
Nayara RELATORIO MEDICO