Presidente da Câmara de Vilhena, Ronildo Macedo / Foto: Extra de Rondônia

O presidente da Câmara de Vilhena, Ronildo Macedo (Podemos), visitou a redação do Extra de Rondônia na manhã desta quarta-feira, 15, para fazer um balanço de suas ações e, ao mesmo tempo, revelar publicamente, pela primeira vez, os motivos de ter se afastado do grupo do prefeito Eduardo Japonês.

Inicialmente, Macedo fez uma análise das ações à frente do Legislativo, em três anos e meio de mandato, já que foi eleito para presidir a Câmara nos biênios 2019/2020 e 2021/2022.

Ele contabilizou, até o momento, economia de R$ 12 milhões no Legislativo, recursos esses que foram devolvidos ao Município, e calcula que a devolução deve chegar a R$ 14 milhões até final do ano. “Temos um mandato bom, sem desgaste, verdadeiro, conquistando melhorias através de economias com a expectativa de aumentar para R$ 14 milhões, na aquisição de ambulância, ônibus, subestações para escolas. Vejo um mandato produtivo, com todos vereadores trabalhando de forma conjunta em prol de melhorias para Vilhena”, disse.

“MEXEU COM MINHA FAMÍLIA E NÃO VOU PERDOAR”, REVELA

Macedo foi eleito, pela primeira vez, para fazer parte legislatura 2017/2020, compondo a base de apoio a Eduardo Japonês, que foi derrotado por Rosani Donadon nas eleições 2016, mas que conseguiu superar a concorrente na eleição suplementar de 2018.

Contudo, passados esses anos, Macedo disse que tomou a decisão de deixar o grupo do mandatário municipal porque “senti que ele tinha me dado uma punhalada nas costas” e também porque “mexeu com a minha família e aí não vou perdoar”.

Pela primeira vez, ele revelou os verdadeiros motivos ao Extra de Rondônia. “Nunca tomei público esse assunto e vou falar isso pela primeira vez a um veículo de comunicação. A gente tinha um sonho de fazer uma política diferente, nova, que não fosse apenas o sobrenome Donadon comandando as ações. Moro no bairro Cristo Rei há muitos anos e, em 2016, decidi apoiar Eduardo e, depois, também, na eleição suplementar em 2018. Porém, infelizmente, foi um prefeito que se perdeu no meio do caminho. Na eleição para a presidência da Câmara, senti que ele tinha me dado uma punhalada nas costas por ele apoiar outro candidato que não tinha nada a ver com o que foi dialogado nessa parceria de 2016, 2018 e 2020, na qual eu imaginava que era um grupo de verdade. E, por fim, não vou entrar em detalhes, mas ele mexeu com a minha família, e aí eu não vou perdoar”, lamenta.

Ele continuou seu raciocínio afirmando que “tem gente que fica falando que esse afastamento aconteceu por cargo político. Não é isto. O prefeito até escolheu umas pessoas que me ajudaram, mas foi ele quem nomeou e, depois, as exonerou dizendo que eu tinha mandado embora. Não sou prefeito, não tenho essa caneta e nem poder. Isso é prerrogativa do prefeito. Contudo, a realidade é que o prefeito mexeu com a minha família e armou toda essa situação para tentar me desgastar”.

Por outro lado, Macedo, que conhece bem o prefeito, fez mais algumas revelações. “Ele não é esse cara que diz que é 100% honesto. Não é essa pessoa idônea que tenta parecer. Esses são os motivos de ter me desligado do grupo Japonês, além do prefeito ser um ditador. Tem 1 ano que não falo mais com ele. Infelizmente, dias desses, fui num restaurante, sentei na mesa, e ele estava lá e começou a fazer escândalo, coisas sem sentido, e tive que sair do local para não provocar tumulto”, lembra.

Sobre questionamentos de que ele estaria prejudicando a aprovação de projetos enviados pelo prefeito à Câmara, Macedo foi enfático em dizer que “sempre estarei votando pela aprovação dos assuntos que são importantes para o município. Não misturo essas questões”.

DENÚNCIAS E CONVOCAÇÃO À CÂMARA

Macedo também comentou a respeito da omissão de Eduardo Japonês em não querer explicar assuntos referentes a seu mandato. No mês passado, Macedo formalizou convite ao prefeito, em duas oportunidades, para explicar situações na tribuna da Câmara, mas Japonês não compareceu. O vereador garante que há uma investigação em curso.

“Isso mostra o que acabei de dizer: essa falta honestidade que prega, de que todos são do mal e só ele do bem, está provado aqui. Ele não foi às convocações da Câmara. Assim, estamos concluindo investigações e vamos mostrar e entregar o relatório a todos os vereadores. Acredito que até Julho vamos apresentar denúncias, com provas dentro do processo, para que os parlamentares analisem, já que existem irregularidades”, revelou.

CASSAÇÃO DO PREFEITO

Sobre eventual afastamento do prefeito do cargo devido à cassação do mandato no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE/RO), apesar de ainda poder recorrer Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Macedo disse que está pronto para o desafio. “Sempre estou preparado para os desafios. Acredito que hoje falta diálogo do Executivo com o Legislativo e a própria sociedade. Vamos trabalhar diuturnamente para ajustar no diálogo, fazer o melhor por nosso município, já que, infelizmente, essa situação está caminhando para um lugar sem retorno”, encerrou.

sicoob

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