O ensino da língua inglesa, no Brasil, é obrigatório nas escolas a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, quando os estudantes têm, no mínimo, 11 anos de idade.
Já no município de Vilhena, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Rondônia (IFRO) encurta essa jornada e garante o acesso ao ensino com qualidade, de forma extracurricular e gratuita, mais cedo que o recomendado por especialistas – a partir dos 10 anos
Crianças com essa idade têm maior vantagem no aprendizado de um novo idioma. É o que revela um estudo realizado pelo renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT, na sigla em inglês -, universidade referência em pesquisa, localizada em Cambridge, nos Estados Unidos.
Segundo os autores da pesquisa publicada na revista científica Cognition, essa é a idade ideal para se tornar bilíngue; habilidade que pode ser mantida até os 18 anos. Mas aí entra uma importante questão nessa discussão: o acesso é democrático?
DEMOCRATIZANDO O ENSINO
Atualmente, 30 crianças de 9 e 10 anos estão matriculadas em um curso de extensão voltado ao inglês, ofertado pelo IFRO, em parceria com a Semed. As aulas começaram neste mês de agosto e vão até dezembro, com duas horas semanais, de forma presencial, no campus do instituto.
Intitulado ‘English for Kids: Potencializando os Protagonistas do Futuro’, o nome traduz bem o lema do curso “e faz alusão ao cumprimento do papel da qualidade da Educação frente a Agenda 2030 das Nações Unidas, em que o Brasil faz parte, com metas de promover a igualdade de acesso a todos os níveis da educação e formação profissional”, de acordo com a professora e chefe do Departamento de Extensão do IFRO, Maria Helena.
“Durante o curso, além de ensinar inglês, desenvolvemos habilidades que envolvem trabalho em equipe, respeito, empreendedorismo, comunicação e muito mais”, diz ainda, a educadora.
Todos têm direito ao ensino, garante a Semed, considerando que as matrículas foram abertas visando contemplar estudantes das escolas de 1º ao 5º ano, aptos a integrar o público alvo. Os pais e responsáveis que manifestaram interesse, realizaram um cadastro prévio e online junto ao Instituto Federal, que convocou os candidatos, em seguida. Agora, em execução, as aulas contam com estudantes de 10 instituições educacionais diferentes, ligadas à Rede Municipal.
O curso é pautado por uma metodologia sociointeracionista, ou seja, com a interação do estudante com o meio em que ele vive e aprende. As atividades são aplicadas de forma lúdica e elaboradas por eixos temáticos, com aulas que vão do Centro de Inovação Tecnológica do IFRO ao laboratório de informática.
As aulas são financiadas pela Pró-reitoria de Extensão do IFRO e conta com duas estudantes bolsistas do Curso Técnico de Edificações, que dão assistência à professora titular. Elas ajudam, segundo Maria Helena, na condução do projeto e, os recursos, entram na aquisição de livros e literaturas infantis em língua inglesa, além de materiais pedagógicos.
PROJETO QUE DÁ CERTO
Esta é a terceira edição do curso de extensão. A primeira ocorreu em 2019, no município de Cabixi, e beneficiou 20 crianças. Já a segunda edição, foi de forma remota, no período mais intenso da pandemia de Covid-19, contemplando 30 crianças das escolas municipais de Vilhena. Esta nova turma nasceu da necessidade de sanar a falta da disciplina de língua inglesa na grade curricular do Ensino Fundamental I, justamente nos anos iniciais, priorizando os estudantes inseridos em contexto de maior vulnerabilidade social ou intelectual.
“Eu acredito, sim, que as crianças vão sair deste curso melhor preparadas para o ensino regular do inglês nas escolas. Mas este é apenas um começo”, enfatizou Maria Helena. “Esperamos que os alunos aproveitem ao máximo a experiência incrível de se comunicar em inglês”, concluiu a professora.
É esperado que, com o sucesso do projeto, novas turmas sejam abertas em breve.